segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As bases são tudo na educação

Um dos maiores estudos feitos no mundo sobre o ensino concluiu que só uma minoria dos alunos que aos 15 anos registam maus resultados escolares consegue ter sucesso académico e profissional. O Programme for International Student Assessment (PISA) começou em 2000 e, desde então, já analisou o percurso de quase um milhão de alunos, oriundos de mais de 60 países. As suas conclusões são, por isso, do mais científico que pode haver nestas matérias, dadas as grandes diferenças que existem de país para país, em termos da organização e estrutura do sector da educação. O que significa que, demonstrada a relação entre as dificuldades escolares aos 15 anos e o futuro dos estudantes, fica provado que é no investimento e na qualidade das bases que se encontram os pilares de um consistente sucesso educativo.
De pouco vale intensificar as avaliações à beira da entrada nas universidades se antes governos, escolas e professores não aplicarem, e cumprirem com rigor, um bom plano de ensino.
Em Portugal, a importância de o fazer é redobrada. O nosso país participou em todas as edições do PISA e tem apresentado sempre desempenhos abaixo da OCDE, apesar de em 2006 ter demonstrado uma evolução a nível da leitura.
Tendo em conta o passado recente e a oportunidade perdida com a não consolidação da reforma liderada pela ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, é fundamental que os responsáveis políticos, os sindicatos e os professores reflictam sobre estes resultados. E, de uma vez por todas, actuem em conformidade, libertando o futuro dos nossos alunos das conveniências individuais e de circunstância a que o têm amarrado e alinhando-se pelas conclusões de estudos com a amplitude do PISA.
Texto do Editorial doDN

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