segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Trabalhar apaixonadamente é fundamental para atingir a excelência

O texto que se segue não está relacionado directamente com a temática da educação especial. No entanto, a sua leitura remeteu-me para a paixão, a entrega que caracteriza muitos dos docentes de educação especial, pois só assim se conseguem ultrapassar as barreiras que constantemente nos surgem pela frente, na procura das melhores soluções e respostas para todos os alunos!


Trabalhar com paixão é um requisito fundamental para se atingir a excelência a nível profissional. A conclusão é de Liliana Araújo, uma psicóloga de 28 anos que realizou uma investigação pioneira em Portugal com o objectivo de descobrir o que têm em comum as pessoas excelentes.Num estudo de caso, com seis cientistas das áreas exactas (biólogos e físicos) e quatro bailarinos, Liliana Araújo procurou saber como são estas pessoas, "como funcionam e como foram os percursos até serem reconhecidas nas suas áreas".
"Quando estamos a falar de pessoas excepcionais, não podemos ter uma amostra muito grande porque à partida não é muito vulgar ter muitos no topo", lembra a investigadora, que iniciou o estudo há três anos e está agora a reflectir sobre os dados e a fazer as últimas análises.

À semelhança de estudos internacionais, a psicóloga constatou nos seus resultados que a excelência está associada a aspectos pessoais e de contexto. "Não se consegue ter uma definição exacta do que é ser excelente, mas parece que há uma convergência dinâmica entre estes dois factores", afirma à Lusa.

Da sua investigação em concreto, Liliana Araújo encontrou nestas pessoas "fortes características psicológicas". Ou seja, são "muito determinadas, muito confiantes, criativas, não têm medo de arriscar, vêem os problemas como oportunidades para fazer diferente e melhor". Além disso, constatou que são perfeccionistas, persistentes e auto-reguladas.

"Está também muito associada a ideia de que as pessoas estão completamente apaixonadas por aquilo que fazem. E sentem que a diferença que fazem é por aí, porque se envolvem muito, trabalham muito, mas fazem-no muito por prazer e paixão", acrescenta.

Trabalhar em equipa e saber gerir as tensões são outros traços comuns encontrados pela investigadora, que tem participado em diversos congressos e recentemente se deslocou a uma conferência na Nova Zelândia. "Foi fundamental para conhecer o estado da arte do estudo da excelência", conclui.

1 comentário:

Atena disse...

Muito pertinente e muito a ver com a educação especial, sim senhor. Se todos os professores de ensino especial (e regular também era optimo), se dedicassem com gosto e paixão, teríamos o melhor sistema de ensino do mundo, mesmo que os meios nem sempre fossem suficientes. Sem desdenhar das condições e meios - que são de facto importantíssimos para o desempenho de qualquer função - em algumas profissões, a dedicação e a paixão são preponderantes e são o motor que faz a máquina andar.