As escolas portuguesas perderam em menos de dez anos mais de 400 mil alunos e mais de 30 mil professores, quase metade dos quais do 3.º ciclo e ensino secundário, segundo dados oficiais divulgados esta quinta-feira.
O relatório Educação em Números - Portugal 2019, da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), mostra que entre os anos letivos 2008/09 e 2017/18 as escolas perderam 427.163 alunos, passando de 2.056.148 para 1.628.985 estudantes.
A quebra de educadores de infância e professores dos 1.º, 2.º, 3.º ciclos e do ensino secundário foi de 31.147, com o valor mais exuberante a registar-se nos professores do 3.º ciclo e ensino secundário, que no ano letivo 2008/09 eram 91.325 e em 2017/18 se fixavam em 76.722.
Nos restantes níveis de ensino, os dados do relatório indicam que em 2008/09 havia 18.242 docentes no pré-escolar, 34.361 no 1.º ciclo de ensino (do 1.º ao 4.º ano), 34.069 no 2.º ciclo (5.º e 6.º ano) e 91.325 no 3.º ciclo (7.º, 8.º e 9.º ano) e ensino secundário (10.º, 11.º e 12.º).
Quanto aos estabelecimentos de ensino, o documento mostra que em 2017/18 havia menos 3.878 escolas públicas e privadas em Portugal do que em 2007/08 (eram 12.347), porque o número de escolas públicas caiu de 9.764 para 5.836, enquanto as privadas aumentaram de 2.583 para 2.633.
O relatório mostra também que as escolas públicas perderam quase 10.000 auxiliares e administrativos em duas décadas, passando de 62.231 para 52.337.
Professores com menos de 30 anos caíram a pique em menos de duas décadas
Este retrato da educação mostra que a maior quebra de professores com menos de 30 anos registou-se no 3.º ciclo e ensino secundário, com o número de professores deste grupo etário a passar de 16.697 para 640.
No 1.º ciclo do ensino básico (do 1.º ao 4.º ano), em 2000/01 havia 5.759 professores com menos de 30 anos e em 2017/18 eram apenas 311, enquanto no 2.º ciclo (5.º e 6.º ano) o número de docentes caiu de 4.665 para 320.
Também no grupo etário dos 30-39 anos houve uma quebra no número de docentes nas escolas em Portugal continental, passando de 47.064 docentes em 2000/01 para 18.911 em 2017/18, o mesmo acontecendo no grupo etário dos 40-49 anos, em que as escolas do continente perderam mais de 5.600 professores.
Com o envelhecimento do corpo docente cresceram os grupos etários dos 50-59 anos e 60 anos ou mais. No primeiro caso, o número de professores passou de 24.411 para 43.210 e no segundo de 3.633 para 12.931.
Fonte: Público
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