Num novo estudo, publicado na revista científica PNAS por uma equipa de psicólogos da Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia (EUA), defende-se que a pontuação obtida num teste de QI não pode ser apenas levada em conta relativamente à inteligência, já que o factor motivação influencia o resultado.
Os investigadores norte-americanos põem em causa os tradicionais testes de inteligência (Quociente de Inteligência – QI) que normalmente são usados como indicadores de avaliação de uma pessoa no que diz respeito à sua vida académica, profissional e não só.
No estudo foram avaliadas mais de duas mil pessoas, em que o objectivo era motivar os indivíduos, tentando perceber até que ponto o seu desempenho era influenciado no teste. O estudo concluiu que os incentivos melhoraram todos os resultados, principalmente os daqueles que obtiveram pontuações mais baixas.
Há uma década, um psicólogo da Universidade de Harvard já tinha colocado em causa os resultados destes testes e defendia que o quociente emocional (QE) também teria um papel importante. O QE é um conceito em Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles e estende-se em cinco dimensões: auto-motivação, auto-conhecimento, empatia, sociabilidade e capacidade de lidar com as emoções de outras pessoas.
Os testes de QI começaram a ser utilizados como instrumento clínico, em 1904, por psicólogos franceses, para auxiliar as escolas gaulesas que, seguindo um procedimento padronizado, ajudavam a diagnosticar deficiências mentais de uma forma rápida e eficiente.
Os especialistas sempre defenderam a eficácia destes testes, mas recebiam muitas críticas devido aos métodos aplicados, já que se limitavam a medir a inteligência, esquecendo outros factores importantes.
James Thompson, psicólogo da Universidade de Londres, já tinha assinalado que as pontuações altas dos testes de QI eram reflexo da habilidade nata e de outras variáveis, acrescentando ainda que "a vida é um teste de inteligência e de personalidade", que o resultado de um teste de QI contém elementos de motivação e inteligência, mas principalmente do último. Assim sendo QI+QE+QM = um resultado muito mais eficiente.
In: Ciência Hoje
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