Entender o que os professores ou directores dizem sobre os seus filhos é a principal dificuldade dos encarregados de educação nas escolas portuguesas. Esta é uma das conclusões do estudo europeu denominado Indicadores de Participação dos Pais na Escola, ontem apresentado no auditório do Conselho Nacional de Educação, em Lisboa. O relatório avaliou o papel dos pais nas escolas de 12 países ou regiões e, quando se tratou de medir o direito dos encarregados de educação a serem bem informados, Portugal ficou nos últimos lugares.
Ao nosso lado, com 75 pontos (numa escala de zero a 100), encontram-se também a Espanha, a Itália e a Roménia. Abaixo dos portugueses, apenas a região francófona da Bélgica (70 pontos) e o cantão suíço de Vaud (60). Portugal está a cinco pontos de distância da média e isso acontece sobretudo porque as escolas ainda não sabem traduzir a informação para que possa ser correctamente entendida pelos pais, defende Conceição Reis, do Conselho Nacional de Educação (CNE), um dos parceiros portugueses do estudo, juntamente com a Fundação Pro Dignitate.
"Embora os direitos estejam globalmente assegurados e as estruturas de comunicação existam, a linguagem, os códigos, o jargão utilizados nas escolas não são acessíveis a uma boa parte dos encarregados de educação, principalmente quando estamos perante uma população imigrante", defende a especialista do CNE, alertando igualmente para a necessidade de se adequar a legislação para permitir a participação dos pais na actividade da escola sem penalizações profissionais.
Neste indicador, Portugal é o país que mais se afasta da pontuação máxima segundo os resultados dos relatórios nacionais. Por outro lado, o País de Gales, a Inglaterra e os cinco cantões suíços são os únicos casos em que a informação é "unicamente adaptada" às características dos pais. Escolher a escola do seu filho é igualmente um direito limitado entre os pais portugueses, também quase no fundo desta tabela, ao lado dos italianos e dos suíços de Berna (60 pontos) e acima de Genebra, que ocupa a última posição, com 50 pontos. Optar pelo ensino privado ainda é "muito condicionado" pelos apoios que o Estado dá às famílias e às escolas, esclarece Carmo Gregório, do CNE, defendendo mais medidas fiscais e meios financeiros para facilitar o acesso às escolas particulares dos alunos com recursos económicos baixos.
A liberdade de escolher a escola que consideram mais adequada para os seus filhos para além do ensino público é aliás uma das recomendações do estudo europeu. O relatório mostra, porém, que apenas na Inglaterra, na região francófona da Bélgica e no País de Gales, a frequência no ensino privado não implica despesa suplementar para as famílias. Nos outros países ou regiões, as propinas têm de ser asseguradas pelos pais e pelos estados.
É no direito dos pais de recorrer contra as decisões da escola que Portugal assume o melhor desempenho, igualando os outros oito países ou regiões. Neste capítulo, Genebra, Zurique (Suíça) e Roménia são os únicos a não atingir a pontuação máxima, fixando-se nos 80 pontos. No que toca à participação nos órgãos da escola, os pais portugueses estão bem posicionados. Embora a pontuação não ultrapasse os 50 pontos, Portugal encontra-se entre os três melhores classificados, apesar da distância que regista em relação ao País de Gales e à Inglaterra, com 73 pontos. São aliás estes últimos dois indicadores que fazem aproximar a média global portuguesa (71) da média europeia (72 pontos).
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2 comentários:
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Olá!
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João Adelino
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