domingo, 1 de maio de 2011

Questionário simples pode acelerar diagnóstico do autismo

Fazer um pré-diagnóstico do autismo até aos 12 meses de idade pode estar ao alcance de um questionário simples de 24 perguntas sobre gestos, compreensão e comunicação. Demora apenas cinco minutos a ser respondido e revelou-se um bom instrumento para identificar os primeiros sinais do distúrbio em crianças, de acordo com um estudo publicado no “Journal of Pediatrics".
 
Este trabalho americano foi o primeiro a demonstrar que uma simples ferramenta de triagem pode ser usada para detectar o autismo, sendo que a sua principal vantagem consiste em poder-se iniciar o tratamento muito mais cedo do que o habitual, sublinhou Karen Pierce, investigadora do Centro de Autismo da Universidade da Califórnia, nos EUA, e primeira autora do estudo.

Normalmente, o autismo é diagnosticado mais tarde, quando os primeiros sintomas são notados pelos pais, pelo que o seu tratamento começa, em média, aos seis anos. Contudo, quanto mais cedo for detectado e o tratamento iniciado, melhor pode ser o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.
 
Neste estudo, a equipa de Karen Pierce reuniu um grupo de 137 pediatras em San Diego, que, ao longo de um ano, fizeram o questionário aos pais de todos os bebés que os consultavam. Foram colocadas perguntas como “Quando o seu filho brinca, procura saber se está a olhar para ele?” ou “ O seu filho sorri a olhar para si?”.
 
Dos mais de dez mil bebés envolvidos no estudo, 184 “reprovaram” nos testes e, quando as respostas sugeriam sintomas de autismo, as crianças eram sujeitas a exames mais complexos, realizados semestralmente até aos três anos.
 
Foi assim verificado que do grupo que demonstrou alguns sintomas, 75 por cento dos elementos tinham, efectivamente, algum problema. O diagnóstico de autismo foi feito em 32 crianças; 56 apresentaram atrasos na fala; nove tinham atrasos comportamentais e 36 foram classificados com outros problemas.
 
Depois desta triagem, os bebés diagnosticados com autismo ou algum atraso no desenvolvimento e 89 por cento das que tinham atrasos na linguagem foram encaminhados para terapias adequadas, em média, aos 17 meses, começando a ser tratadas aos 19 meses, muito antes da idade em que tal começa a acontecer.
 
A eficácia deste teste no diagnóstico do distúrbio levou a que 96 por cento dos pediatras envolvidos no estudo continuassem a usá-lo como ferramenta de triagem.

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