sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Portugal é o país da Europa com mais doentes mentais

De acordo com o primeiro estudo epidemiológico sobre saúde mental, Portugal é o país europeu com mais doenças mentais referenciadas e está próximo do líder mundial no campo dos distúrbios psiquiátricos, os EUA.
O rastreio realizado a nível nacional conclui que 23% dos portugueses já sofreram ou sofrem de perturbações psiquiátricas, enquanto 43% da população já teve uma destas perturbações ao longo da vida.
Estes números alarmantes encontram-se em debate na Fundação de Serralves, no decurso da 14ª edição das Jornadas da Cofanor sobre "Saúde Mental".

Loucura sem definição clara


Quem são os loucos, os abusos dos psicotrópicos, as melhores estratégias para alcançar uma melhor saúde mental e o que faz Portugal por esta doença. são alguns dos temas analisadas por vários profissionais de saúde.
Entre os presentes contam-se o vice-presidente do Infarmed, Hélder Mota Filipe, para falar dos "usos, abusos e limites" dos psicotrópicos, e Cláudia Milheiro, psicóloga clínica do Hospital Magalhães Lemos, que questiona os diversos "interfaces entre psicanálise/psicologia/psicoterapia" face às novas psicopatologias da sociedade atual.
Para Hélder Mota Filipe, é fundamental controlar o circuito dos psicotrópicos, dado poderem tornar-se um risco para a saúde pública.

Farmácias da Internet potenciam mercado ilícito 


O farmacêutico apresenta alguns dados do Realatório Anual 2009 do International Narcotis Control Board (INCB), que conclui que houve um abuso de venda de medicamentos sujeitos a receita médica, um desvio de medicamentos do circuito controlado e um crescimento do número de farmácias existentes na Internet, que contribuiram para o mercado ilícito de medicamentos que exigem receita médica.
Maria Júlia Valério, membro da Comissão Nacional para a Reestruturação da Saúde Mental, aborda a temática da crise económica, situação que, em sua opinião, "poderá propiciar práticas mais ecológicas da reutilização dos recursos existentes" e uma oportunidade para deixarmos de consumir desenfreadamente.
"As situações adversas fazem-nos refletir acerca dos valores e práticas que orientaram a sociedade nos últimos anos, nomeadamente sobre o falhanço de uma sociedade materialista em que se é aquilo que se exibe", refere Júlia Valério, a coordenadora do serviço de Psicologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. 

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