O movimento Pais em Rede (PER), que se dedica à inclusão de pessoas com deficiência, vai concretizar um dos seus principais objectivos – a abertura de um conjunto de “escolas de pais”, percorrendo Portugal de norte a sul.
O aval já foi dado, oficialmente, por Maria do Céu Machado, Alta Comissária para a Saúde, durante o Colóquio Internacional “A Força dos Pais”, organizado pela PER e que teve lugar em Lisboa, no dia 6 de Novembro.
Numa sociedade que muitas vezes se esquece do contributo que pode ser dado pelas famílias, na integração das pessoas com deficiência, “este é um passo importante, para que haja um trabalho em equipa, multidisciplinar, em que a experiência dos pais seja equiparada ao saber médico, terapêutico ou universitário”, sublinha Luísa Beltrão.
A iniciativa prevê a ligação do PER a sete centros universitários, com o selo de qualidade que daí advém, mas “sempre com uma filosofia de troca de saberes”, explica a presidente do movimento.
Desde que foi criada, há menos de dois anos, o PER luta pela construção de um novo paradigma – a inclusão social das pessoas com deficiência e a valorização do papel das suas famílias.
“Ficou muito clara, durante o Colóquio, a importância dos pais no papel de sociabilização dos filhos com deficiência. Para que seja exercido com qualidade, eles precisam, desde o início, de um apoio qualificado”, defende Luísa Beltrão.
Apontando Portugal como estando “na cauda da Europa”, em termos da assistência à pessoa com deficiência e às respectivas famílias, aquela responsável dá como exemplos “a falta de aplicação da legislação existente”, a ignorância manifestada pelo meio político, em algumas intervenções sobre a matéria e “o muro de silêncio que se cria à volta da deficiência, onde, por vezes, interessa tudo menos dar visibilidade”.
Actualmente, o movimento estima que, pelo menos, dois milhões e quatrocentas mil pessoas, entre pais e filhos, convivem diariamente com o problema da deficiência em Portugal.
Durante o Colóquio Internacional “A Força dos Pais” ficou também decidido que a PER vai estabelecer um protocolo com alguns países europeus, entre os quais Bélgica, Islândia, Holanda e a Alemanha, para troca de experiências.
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