A Associação Portuguesa de Deficientes (APD) atribui hoje "certificados da imobilidade" ao Governo e a autarquias para "repudiar" a manutenção dos obstáculos à mobilidade das pessoas com deficiência.
Os certificados vão ser entregues na presidência do Conselho de Ministros e têm como destinatários os ministérios das Obras Públicas, da Educação, do Trabalho e da Solidariedade Social e o primeiro-ministro, disse à Lusa Joaquim Cardoso, da APD.
No âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, a APD considerou que as "novas oportunidades" não foram asseguradas às pessoas com deficiência de modo a que estas pudessem contribuir para melhorar o ambiente nas cidades.
"Nós atribuímos os certificados a diversos ministérios e a algumas autarquias pela despreocupação, descuido e ausência de opção de garantir a mobilidade para as pessoas com deficiência", sublinhou Joaquim Cardoso.
O responsável adiantou que "a questão da mobilidade afecta fortemente as pessoas com deficiência nos centros urbanos, mas principalmente nas zonas interiores", contribuindo para um "fortíssimo isolamento".
As dificuldades de acesso às pessoas com deficiência encontram-se por todo o lado: desde o espaço urbano edificado, aos edifícios de utilização pública, ao parque escolar, serviços de saúde, autarquias, refere a APD, que destaca ainda a "inexistência de transporte público adaptado" em muitas zonas do país.
Para a APD, "as interdições na mobilidade conduzem à negação de parte significativa dos direitos das pessoas com deficiência, restringindo direitos fundamentais, como a saúde, educação, formação profissional, trabalho, cultura/lazer, entre outros".
"Os obstáculos à mobilidade violam a legislação que proíbe a discriminação, com base e origem na deficiência, porque as barreiras derivadas da inacessibilidade são imputáveis a modelos afastados da inclusão", sustenta.
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