quinta-feira, 5 de julho de 2018

Ana Benavente critica "políticas fragmentadas"

Ana Benavente falava numa sessão temática sobre políticas educativas no encontro Ciência 2018, que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.

Apresentando um retrato "negro" sobre o estado da educação, a antiga secretária de Estado dos governos socialistas de António Guterres defendeu que o ensino em Portugal enfrenta um "brutal retrocesso", fruto de "fogos-de-artifício e políticas fragmentadas".

Políticas que, sustentou, conduzem à "precarização do ensino", a uma "investigação dependente e empobrecida", a professores ocupados em tarefas burocráticas e a que a escola apareça como "ré dos males sociais".


A investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa apontou como "políticas menores" educativas o atual currículo escolar e o sistema de avaliação, baseado em "exames de `segunda`", os mega-agrupamentos de escolas e a descentralização de competências para os municípios, que, a seu ver, promove a desigualdade entre concelhos face aos recursos de que dispõem.

A ex-deputada do PS lamentou a "desvalorização do debate educativo", reduzido, na sua opinião, à carreira docente, aos exames e aos manuais escolares.

Colocando-se ao lado dos professores, Ana Benavente criticou a "desvalorização da imagem pública" de uma "profissão estruturante para a sociedade", advogando que os docentes, em greve às avaliações pela contabilização de todo o tempo de serviço congelado para efeitos de carreira, estão a viver um "momento extremamente difícil".

No início da sua intervenção, a socióloga lamentou que no Ciência 2018, um "encontro de ciência de três dias", que termina na quarta-feira, não haja tempo suficiente para "cruzar campos disciplinares" e "debater entre investigadores".

O encontro é um evento anual coorganizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia que reúne investigadores, empresas e políticos em torno da discussão de temas e desafios científicos.

Fonte: RTP por indicação de Livresco

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