terça-feira, 30 de agosto de 2011

Uma em cada quatro crianças tem problemas de visão

A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) revelou esta terça-feira que uma em cada quatro crianças em idade escolar tem problemas de visão.



Nas contas da SPO, cerca de 20 por cento das crianças em idade escolar têm algum défice da função visual, pelo que defende a realização de rastreios a partir dos três ou quatro anos.
Augusto Magalhãe, oftalmologista pediátrico do Hospital de São João e membro da SPO diz que "as doenças dos olhos que mais afectam as crianças são os erros refractivos (miopia, hipermetropia e astigmatismo), a ambliopia e o estrabismo".
"Estima-se que cerca de 20 por cento das crianças em idade escolar tenham algum défice de função visual provocado por uma destas patologias ou outras menos frequentes, que acabam por interferir com o rendimento escolar", frisa.
Segundo o especialista, um dos sinais mais habituais de problemas na visão é "a dificuldade na leitura".
A lentidão ou rejeição das tarefas que exigem esforço visual, o fechar ou tapar um dos olhos e os erros a copiar do quadro são outros sinais de alerta. Dores de cabeça, náuseas, olhos vermelhos, inchados ou lacrimejantes, estrabismo e fotofobia (dificuldade em suportar a luz) "são sintomas que não podem ser ignorados e devem levar os pais a procurar um oftalmologista", defende.
Augusto Magalhães considera que é fundamental realizar um primeiro rastreio por volta dos três ou quatro anos, porque nesta idade a criança já colabora minimamente e o procedimento acaba por ter uma boa relação preço-eficácia. No entanto, sustenta, "do ponto de vista médico é preferível rastrear mais cedo".
A forma como a utilização de computadores e outros dispositivos electrónicos podem influenciar a visão é uma questão que preocupa muitos pais, mas Augusto Magalhães desmistifica a ideia e explica que "não existem estudos científicos que comprovem a ideia de que os computadores provocam e/ou aumentam a miopia".
"O único prejuízo - segundo o oftalmologista pediátrico - é o cansaço visual sentido após o uso prolongado e ininterrupto destes dispositivos electrónicos" pelo que recomenda que "a utilização seja alternada com períodos de descanso".

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