Oscar Pistorius nunca deixou que a sua alegada deficiência fosse uma limitação. Agora dizem que é uma vantagem.
Em princípio não devia haver dúvidas. Um atleta com as pernas amputadas correrá mais devagar do que um atleta de 'corpo inteiro'.
Aos onze meses, uma doença obrigou a amputar-lhe ambas as pernas abaixo do joelho. Ele jamais deixou que isso o limitasse. Com as suas próteses de fibra de carbono, faz o que os outros atletas fazem: trabalha sem parar e consegue resultados.
Após concorrer nos paralímpicos de Atenas em 2004, começou a participar em campeonatos para atletas sem deficiência. Quase conseguiu ir aos jogos olímpicos de 2008, mas acabou por não ser selecionado pelo comité olímpico local.
Em julho passado, atingiu a marca de 45.07 nos quatrocentos metros, o que o qualifica para as Olimpíadas de 2012 em Londres e para os campeonatos mundiais de atletismo já este mês. Entre 27 de agosto e 4 de setembro, estará em Daegu, na Coreia do Sul.
Cada vez mais faz jus à alcunha 'Blade Runner', que entretanto recebeu. De facto, até agora era assim. Mas o atleta sul-africano Oscar Pistorius está a mudar as coisas.
Uma vantagem metabólica?
Como o sucesso atrai sempre contestatários, tem havido quem o queira impedir de competir, argumentando que as próteses lhe concedem uma vantagem metabólica.
Como há quem afirme exatamente o oposto, e ambas as opiniões são secundadas por qualificados especialistas, é muito provável que ele vá mesmo a Londres.
Em Daegu estará igualmente presente o atleta Caster Semenya, um seu compatriota, também ele objecto de muito polémica, embora por motivos diferentes. No seu caso, era uma questão de identidade sexual.
Também aí o problema foi ultrapassado. Ganhou o desporto.
In: Expresso
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