A hiperactividade com défice de atenção nas crianças e a depressão nos adolescentes são as perturbações pedopsiquiátricas mais diagnosticadas em Portugal, onde "não há números fiáveis", porque os diagnósticos são "muito complexos", revelou hoje um especialista.
No grupo das crianças, até aos 12 anos, a hiperactividade com défice de atenção é a perturbação pedopsiquiátrica "mais diagnosticada e aparece muitíssimo", disse o presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência (APPIA), Augusto Carreira.
"A partir dos três anos e até aos 11, 12 anos, a hiperatividade com défice de atenção é o grande problema", sublinhou o pedopsiquiatra, que falava a propósito do 21.º Encontro Nacional de Psiquiatria da Infância e Adolescência, que decorre entre quarta e sexta feira em Beja.
Na adolescência, entre os 12 e os 18 anos, "os diagnósticos psiquiátricos aproximam-se mais dos adultos e já começa a aparecer a depressão", a perturbação pedopsiquiátrica "mais frequente".
Segundo Augusto Carreira, em Portugal "não há números concretos e fiáveis nem estatísticas" sobre as perturbações pedopsiquiátricas que mais afectam crianças e adolescentes, porque os diagnósticos "são muito complexos".
"Não é fácil fazer diagnósticos de perturbações psiquiátricas na infância e na adolescência, porque não são estáticos", já que "as crianças e os adolescentes estão em evolução", explicou.
"Há um natural desenvolvimento psicológico que altera os diagnósticos feitos a determinada altura" e, por isso, "não há muito o hábito de fazer diagnósticos em Portugal e na Europa", sublinhou.
No caso das crianças em idade escolar, a escola, "mais do que a própria família, é o primeiro grande filtro de perturbações", disse.
"No geral, é a escola que serve de alerta, porque é lá que os professores se apercebem de que as crianças não aprendem, têm dificuldades de leitura e de escrita ou não conseguem estar concentradas", explicou.
"Se falarmos de crianças em idade pré-escolar, são as educadoras de infância que estão cada vez mais atentas para este tipo de problemas, ou os próprios pais que servem de alerta", disse.
Segundo Augusto Carreira, "os adolescentes de hoje não são mais doentes do que os de há uns anos, mas hoje há um olhar diferente e mais possibilidades de fazer diagnósticos".
"Houve uma mudança nos hábitos dos adolescentes que talvez tenha introduzido uma ligeira alteração nas queixas apresentadas", ou seja, "hoje em dia é muito mais frequente os pais procurarem profissionais de saúde mental porque os adolescentes têm problemas sérios de comportamento".
Em Portugal, a pedopsiquiatria "tem sido o parente pobre da psiquiatria" e "não tem tido a atenção dos responsáveis" pela Saúde Mental, sobretudo devido à "resistência social em aceitar que as crianças possam ter perturbações e doenças psiquiátricas".
"Normalmente, confundem-se as perturbações psiquiátricas com questões de desenvolvimento, de educação, que vão passar", explicou.
A pedopsiquiatria, frisou, "tem recebido recursos muito diminutos" quando comparados, por exemplo, com a toxicodependência, que "tem absorvido o grosso dos recursos financeiros e humanos da psiquiatria" em Portugal.
A depressão, as perturbações afectivas, comorbilidades na perturbação de hiperactividade e défice de atenção na infância e adolescência e parassuicídio são os temas em debate no encontro, que inclui ainda comunicações livres e workshops.
No grupo das crianças, até aos 12 anos, a hiperactividade com défice de atenção é a perturbação pedopsiquiátrica "mais diagnosticada e aparece muitíssimo", disse o presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e Adolescência (APPIA), Augusto Carreira.
"A partir dos três anos e até aos 11, 12 anos, a hiperatividade com défice de atenção é o grande problema", sublinhou o pedopsiquiatra, que falava a propósito do 21.º Encontro Nacional de Psiquiatria da Infância e Adolescência, que decorre entre quarta e sexta feira em Beja.
Na adolescência, entre os 12 e os 18 anos, "os diagnósticos psiquiátricos aproximam-se mais dos adultos e já começa a aparecer a depressão", a perturbação pedopsiquiátrica "mais frequente".
Segundo Augusto Carreira, em Portugal "não há números concretos e fiáveis nem estatísticas" sobre as perturbações pedopsiquiátricas que mais afectam crianças e adolescentes, porque os diagnósticos "são muito complexos".
"Não é fácil fazer diagnósticos de perturbações psiquiátricas na infância e na adolescência, porque não são estáticos", já que "as crianças e os adolescentes estão em evolução", explicou.
"Há um natural desenvolvimento psicológico que altera os diagnósticos feitos a determinada altura" e, por isso, "não há muito o hábito de fazer diagnósticos em Portugal e na Europa", sublinhou.
No caso das crianças em idade escolar, a escola, "mais do que a própria família, é o primeiro grande filtro de perturbações", disse.
"No geral, é a escola que serve de alerta, porque é lá que os professores se apercebem de que as crianças não aprendem, têm dificuldades de leitura e de escrita ou não conseguem estar concentradas", explicou.
"Se falarmos de crianças em idade pré-escolar, são as educadoras de infância que estão cada vez mais atentas para este tipo de problemas, ou os próprios pais que servem de alerta", disse.
Segundo Augusto Carreira, "os adolescentes de hoje não são mais doentes do que os de há uns anos, mas hoje há um olhar diferente e mais possibilidades de fazer diagnósticos".
"Houve uma mudança nos hábitos dos adolescentes que talvez tenha introduzido uma ligeira alteração nas queixas apresentadas", ou seja, "hoje em dia é muito mais frequente os pais procurarem profissionais de saúde mental porque os adolescentes têm problemas sérios de comportamento".
Em Portugal, a pedopsiquiatria "tem sido o parente pobre da psiquiatria" e "não tem tido a atenção dos responsáveis" pela Saúde Mental, sobretudo devido à "resistência social em aceitar que as crianças possam ter perturbações e doenças psiquiátricas".
"Normalmente, confundem-se as perturbações psiquiátricas com questões de desenvolvimento, de educação, que vão passar", explicou.
A pedopsiquiatria, frisou, "tem recebido recursos muito diminutos" quando comparados, por exemplo, com a toxicodependência, que "tem absorvido o grosso dos recursos financeiros e humanos da psiquiatria" em Portugal.
A depressão, as perturbações afectivas, comorbilidades na perturbação de hiperactividade e défice de atenção na infância e adolescência e parassuicídio são os temas em debate no encontro, que inclui ainda comunicações livres e workshops.
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