Sob o tema Deficiência e pobreza/Acabar com o ciclo vicioso, um grupo de especialistas reúne-se hoje na Fundação Caloustre Gulbenkian, em Lisboa, para «fazer um diagnóstico da situação das pessoas com deficiência em Portugal e apresentar propostas», disse à Agência Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), Humberto Santos.
Lembrando estudos realizados com base nos Censos de 2001, o técnico do Departamento de Acção Social da AMI Ricardo Ferreira alerta para o facto de «37 por cento das pessoas com deficiência não possuírem qualquer nível de educação, ou seja, um valor 11 por cento mais elevado do que os registados na população total».
«Além das barreiras físicas que tornam difícil o acesso das crianças à escola, existem muitas famílias, em situação de pobreza e com uma taxa elevada de analfabetismo, para quem a escolaridade não tem muita importância e que passam isso aos filhos. Há ainda muitos outros casos de abandono precoce da escola em detrimento do mercado de trabalho», explicou Ricardo Ferreira.
De acordo com estudos do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia e do Instituto Nacional da Administração, 21 por cento das pessoas com deficiência, entre os 25 e os 70 anos, não completou o 1.º ciclo do ensino básico.
Os que prosseguiram os estudos além do ensino básico não ultrapassam os cinco por cento e os que detêm um diploma de ensino médio ou superior são somente dois por cento, segundo os dados avançados à Lusa pela APD.
«A deficiência vai agravar os graus de pobreza e vice-versa», disse Ricardo Ferreira, lembrando «a grande dificuldade de aceder aos sistemas de saúde, ensino e, no final, ao mercado de trabalho».
Os estudos revelam que, ao nível do emprego, são menos de um por cento os trabalhadores com deficiência empregados.
«A Administração Pública portuguesa emprega pouco mais de três mil pessoas com deficiência», ou seja, menos de um por cento de todos os funcionários públicos, refere um documento enviado à Lusa.
Mas, destas três mil pessoas, «a maior parte já lá trabalhava quando adquiriu uma deficiência, pelo que as contratações de pessoas com deficiência na Administração Pública são residuais».
Já no sector privado, estavam empregados 4 360 trabalhadores com deficiência, o que corresponde a 0,5 por cento do total de trabalhadores das empresas.
O desemprego é mais problemático entre as mulheres, já que «a taxa de homens empregados é o dobro da das mulheres com deficiência», lembrou Ricardo Ferreira.
Números que demonstram como a «deficiência é simultaneamente uma causa e uma consequência da pobreza», alertou a responsável pelo encontro, Ana Maria, sublinhando que «a deficiência e a pobreza são um ciclo vicioso que se mantém e que é preciso alterar».
Estimativas do Banco Mundial referem que uma em cada cinco pessoas pobres tem uma deficiência, lembrou aquela responsável da Associação Portuguesa de Deficientes.
De acordo com dados das Nações Unidas, existem cerca de 600 milhões de pessoas com deficiência em todo o mundo.
Lembrando estudos realizados com base nos Censos de 2001, o técnico do Departamento de Acção Social da AMI Ricardo Ferreira alerta para o facto de «37 por cento das pessoas com deficiência não possuírem qualquer nível de educação, ou seja, um valor 11 por cento mais elevado do que os registados na população total».
«Além das barreiras físicas que tornam difícil o acesso das crianças à escola, existem muitas famílias, em situação de pobreza e com uma taxa elevada de analfabetismo, para quem a escolaridade não tem muita importância e que passam isso aos filhos. Há ainda muitos outros casos de abandono precoce da escola em detrimento do mercado de trabalho», explicou Ricardo Ferreira.
De acordo com estudos do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia e do Instituto Nacional da Administração, 21 por cento das pessoas com deficiência, entre os 25 e os 70 anos, não completou o 1.º ciclo do ensino básico.
Os que prosseguiram os estudos além do ensino básico não ultrapassam os cinco por cento e os que detêm um diploma de ensino médio ou superior são somente dois por cento, segundo os dados avançados à Lusa pela APD.
«A deficiência vai agravar os graus de pobreza e vice-versa», disse Ricardo Ferreira, lembrando «a grande dificuldade de aceder aos sistemas de saúde, ensino e, no final, ao mercado de trabalho».
Os estudos revelam que, ao nível do emprego, são menos de um por cento os trabalhadores com deficiência empregados.
«A Administração Pública portuguesa emprega pouco mais de três mil pessoas com deficiência», ou seja, menos de um por cento de todos os funcionários públicos, refere um documento enviado à Lusa.
Mas, destas três mil pessoas, «a maior parte já lá trabalhava quando adquiriu uma deficiência, pelo que as contratações de pessoas com deficiência na Administração Pública são residuais».
Já no sector privado, estavam empregados 4 360 trabalhadores com deficiência, o que corresponde a 0,5 por cento do total de trabalhadores das empresas.
O desemprego é mais problemático entre as mulheres, já que «a taxa de homens empregados é o dobro da das mulheres com deficiência», lembrou Ricardo Ferreira.
Números que demonstram como a «deficiência é simultaneamente uma causa e uma consequência da pobreza», alertou a responsável pelo encontro, Ana Maria, sublinhando que «a deficiência e a pobreza são um ciclo vicioso que se mantém e que é preciso alterar».
Estimativas do Banco Mundial referem que uma em cada cinco pessoas pobres tem uma deficiência, lembrou aquela responsável da Associação Portuguesa de Deficientes.
De acordo com dados das Nações Unidas, existem cerca de 600 milhões de pessoas com deficiência em todo o mundo.
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