domingo, 13 de novembro de 2016

Mudanças curriculares: ministério excluiu sociedades científicas

O Ministério da Educação está a excluir as sociedades científicas do processo de mudança dos currículos escolares, que está atualmente em curso, denunciaram (...) os responsáveis das sociedades portuguesas de Matemática, de Química, de Física e de Filosofia, que nesta sexta-feira enviaram uma carta ao ministro Tiago Brandão Rodrigues a pedir uma reunião de urgência sobre este processo.

O ministro indicou, por mais de que uma vez, que as sociedades científicas estão a participar neste análise, mas no final de outubro o secretário de Estado da Educação, João Costa, em resposta à Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), foi taxativo. A SPM tinha-lhe pedido uma reunião para saber as razões de não ter sido convidada a fazer parte da revisão dos currículos. A resposta de João Costa foi esta: “O trabalho em curso é um trabalho integrado, relacionando todas as disciplinas. Exatamente por ser um trabalho centrado na gestão curricular foi minha opção convocar as associações profissionais e não as sociedades científicas”.

Em resposta (...), o Ministério da Educação refuta que esteja a ser estudada uma revisão do currículo. “O trabalho em curso não tem como meta a revisão do currículo, mas sim um trabalho aprofundado sobre a sua exequibilidade e flexibilização para potenciar melhores aprendizagens, aprofundamento de temas, trabalho experimental e projetos interdisciplinares”.

É por essa a razão, acrescenta, que se optou “por, nesta fase, convidar as associações profissionais, dada a sua competência e vocação nesta matéria”. Refere também que convidou estas associações a estabelecerem as parcerias que considerarem “relevantes”, o que poderá passar pelas sociedades científicas, como diz já ter sucedido nos casos de Biologia e Geologia.

O ministério já anunciou que pretende elencar quais são as “aprendizagens essenciais” por ano de escolaridade e de disciplina. Também tem referido que está a auscultar a comunidade escolar sobre o que deve ser um currículo para o século XXI, tendo ainda na semana passada convidado cerca de 100 estudantes a apresentar as suas propostas de mudança. O que estes fizeram, tendo a garantia de que serão tidas em conta nas mudanças curriculares que estão a ser analisadas. (...)

Fonte: Público por indicação de Livresco

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