terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Escola 'isola' aluno autista por razões de segurança

Um aluno autista de uma escola de Vila Nova de Poiares, considerado violento, foi isolado temporariamente da turma e vai participar a partir de quinta-feira nas aulas transmitidas em direto para uma sala ao lado.
A diretora do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares, Eduarda Carvalho, disse (...) que a medida vigorará “até ser encontrada uma solução melhor” para o problema.
Eduarda Carvalho adiantou que o estudante, de 14 anos, chegou a agredir colegas e a ameaçar professores e funcionários, uma situação que estará associada ao facto de ter obtido notas negativas a algumas disciplinas no primeiro período escolar.
“Ele não é mau aluno”, tendo passado em 2012 para o sexto ano, na Escola Básica 2,3 Daniel de Matos, “sem quaisquer ‘negativas’”, sublinhou.
Segundo a diretora, o jovem retomará as atividades letivas na quinta-feira, já nas novas condições, após ter estado sob “suspensão preventiva” desde as férias de Natal.
A escola concebeu um sistema eletrónico que permite ao jovem autista, “sempre acompanhado” na escola de um professor ou um funcionário, participar nas aulas numa sala separada do resto da turma.
A opção pelo isolamento foi adotada “para garantir a segurança a toda a comunidade educativa”, incluindo a do aluno, afirmou.
“Foi muito complicado” chegar a esta solução, “mas agora não existe outra”, lamentou Eduarda Carvalho.
O estudante, cujos pais estão desempregados, está a ser acompanhado por especialistas do Hospital Pediátrico de Coimbra, que na terça-feira atualizaram a medicação com o objetivo de diminuir a sua agressividade.
O Agrupamento de Escolas tem dialogado com os pais, a GNR e a Direção Regional de Educação do Centro (DREC) “para que a comunidade educativa esteja a salvo”.
Segundo a diretora, a melhor solução será a transferência para uma escola da região que disponha de uma Unidade Estrutural de Autismo, que não existe no concelho.
Tal solução só será possível em Condeixa-a-Nova, uma vez que as unidades congéneres de Coimbra e Lousã não dispõem de vagas.
Entretanto, de acordo com Eduarda Carvalho, a DREC está a ponderar vir a custear a ida para uma escola de Condeixa, que dista cerca de 40 quilómetros de Vila Nova de Poiares.

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