quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cientistas fazem avanços na “leitura do pensamento”



Transformar ondas cerebrais em palavras pode ser uma forma de “ler o pensamento” de pessoas incapacitadas de falar devido a paralisia. Um grupo de cientistas da Universidade de Utah conseguiu mostrar num estudo que isso será possível.
A equipa liderada pelo bio-engenheiro Bradley Greger concebeu um mecanismo em que 16 eléctrodos formam uma “grade”, de apenas alguns milímetros. Os cientistas implantaram dois destes mecanismos nos centros de fala do cérebro de um paciente epiléptico.
No artigo, publicado no «Journal of Neural Engineering», explica-se que os cientistas ligaram o sistema a um computador e deram-lhe dez palavras (consideradas úteis para uma pessoa paralisada): ‘sim’, ‘não’, ‘fome’, ‘sede’, ‘olá’, ‘adeus’, ‘mais’ e ‘menos’.
Gravaram, depois, os sinais do cérebro enquanto o voluntário repetia as palavras. Posteriormente, tentaram descobrir quais os sinais cerebrais que representavam cada uma delas. Conseguiram distinguir os sinais cerebrais correspondentes, com 76 a 90 por cento de eficácia.
Bradley Greger afirmou já que este estudo preliminar poderá desenvolver-se para que dentro de três anos seja possível conceber uma máquina de “tradução”.
Este sistema poderá ser útil para quem sofra de paralisia. "Os pacientes poderem transmitir o que pensam pode ser um grande avanço para a sua autonomia", acredita o investigador.

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