quinta-feira, 24 de maio de 2012

Família pede exame nacional ampliado para estudante com pouca visão

A ampliação dos testes para uma aluna com glaucoma tem sido recusada, mas Ministério da Educação garante que continua a analisar o caso.


A família de uma aluna da Escola Secundária de Valongo com glaucoma quer que esta estudante possa ver ampliados os seus testes de A4 para A3 nos exames nacionais à semelhança do que tem acontecido ao longo de todo o ano.

Em declarações, o pai desta aluna conta que o júri nacional de exames lhe disse que o «ideia seria arranjarem uma lupa para resolver o problema».

Nuno Teixeira disse que a sua filha que estuda no 11º ano e tem média de 16 valores reagiu com tristeza a esta decisão e questionou-se mesmo se valeria a pena continua a estudar.

A direção da escola de Valongo confirmou que este júri tem dito que há dois anos que as ampliações de exames são proibidas, passando a alternativa por ler a prova no ecrã de dois computadores com ampliação sendo as respostas escritas no papel.

Esta alternativa não agrada ao pai desta aluna, estudante que tem um problema semelhante ao já vivido pela presidente da Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes.

Teresa Vaz, que tem uma alta miopia, contou que teve o mesmo problema há dois anos quando fez o exame de acesso à universidade, quando foi recusada a ampliação do teste e lhe foi dada uma versão digital do exame.

Também em declarações, a presidente da Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes lembra que esta aluna está habituada a trabalhar com A3 e que «quando se depara com algo novo é uma dificuldade».

«Para quem tem limitações e não costuma utilizar, mesmo com aquele tempo de exame que nos dão a mais é muito cansativo, porque temos de estar muito atentas», lembrou.

Fonte do Ministério da Educação garantiu que o júri nacional de exames continua a analisar o caso desta aluna, posição diferente daquela que foi transmitida à família por telefone e aos professores.


Comentário:
À semelhança de outros casos tornados públicos, por vezes escuso-me a comentar, sobretudo por desconhecer todos os meandros da situação.
Neste caso em concreto, vou-me abster de alongar os comentários porque tenho a convicção de que o júri Nacional de Exames vai atender a solicitação da aluna! Caso contrário, constitui mais um passo atrás na política educativa e da educação inclusiva em Portugal. 


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