sábado, 10 de setembro de 2016

A educação é especial mas faltam professores para as necessidades

O Agrupamento de Escolas André Soares inicia o ano lectivo com mais alunos - um total de 2200 - e uma preocupação acrescida - a falta de professores de educação especial.
Neste que é um agrupamento de referência na multideficiência, foi apenas colocado um professor de educação especial, quando foram pedidos cinco, totalizando oito docentes especializados, a maioria deles com horário reduzido de acordo com o estatuto da carreira.
A diretora do Agrupamento de Escolas André Soares, Graça Moura, assume estar preocupada com o arranque do ano letivo no que toca ao acompanhamento dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE).
“Não temos recursos para responder às nossas necessidades de acompanhamento digno dos nossos alunos” que carecem de educação especial, admite Graça Moura, reforçando que “as problemáticas destes alunos são muito graves”.
O Agrupamento irá acolher, no ano letivo que agora arranca, cerca de 90 alunos com necessidades educativas especiais.
Destes alunos, entre 16 a 18 estão integrados nas duas unidades de apoio especializado (UAE) que exigem, no mínimo, quatro professores a tempo inteiro.
Ficam quatro professores para dar resposta a todos os outros alunos, muitos com “problemáticas acentuadas e grandes necessidades de suporte” aponta a diretora do Agrupamento, que refere que já foi pedida, de novo, a colocação de mais docentes de educação especial e feita uma exposição à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) com o número de alunos e o tipo de problemática.
Graça Moura considera que “não podemos continuar a tratar os alunos com NEE como parente pobre ou com recursos de voluntariado” e defende: “temos que lhes dar as condições para que eles possam, ao seu ritmo, desenvolver as suas capacidades e potencialidades”.
A pensar em especial nestes alunos e na sua integração, o Agrupamento André Soares abre, este ano letivo, vários clubes e projetos, que inclui “Todos juntos podemos ler” a desenvolver no contexto de um plano de autonomia e de transição para a vida ativa em que os alunos com NEE, mas com menos dificuldades, vão ajudar aqueles que têm dificuldades mais acentuadas e que vai passar pelo espaço da biblioteca da Escola Básica.
Um clube de Espanhol, um de Alemão e outro de Artes são outras atividades que vão integrar os alunos com NEE.

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