O Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia acaba de lançar um Guia de Comunicação Inclusiva em língua portuguesa acessível na sua página oficial.
Contém orientações e sugestões práticas sobre como comunicar de forma a incluir todas as pessoas e evitar estereótipos.
Em culturas organizativas, e em sociedades, caracterizadas por ambientes multiculturais e multilingues é importante que o uso de linguagem e de conteúdos visuais reflita a diversidade desse ambiente eliminando preconceitos inconscientes.
Do guia, destaca-se a parte relativa à LINGUAGEM UTILIZADA PARA FAZER REFERÊNCIA A PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (p. 10).
As palavras refletem as nossas atitudes e convicções e é precisamente por isso que importa utilizar as palavras certas. Nenhuma pessoa gosta de ser identificada pela sua deficiência. A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência apela à adoção de medidas para combater os estereótipos relacionados com a deficiência, pelo que é importante ter consciência desses estereótipos e evitá-los, bem como abster-se de usar linguagem estigmatizante.
Seguem-se algumas indicações a respeitar quando se escreve ou fala sobre pessoas com deficiência:
- Colocar a tónica na pessoa ("uma pessoa com deficiência").
- Salientar a singularidade e as capacidades de cada pessoa, em vez de a definir por um problema de saúde.
- Evitar expressões como "sofre de" e palavras passivas que remetam para a ideia de vítima.
- Evitar termos que definam a deficiência como uma limitação.
- Evitar designações coletivas como "os cegos", uma vez que não se trata de grupos homogéneos (existem diferentes graus de incapacidade visual). "Pessoa com deficiência visual" ou "com deficiência auditiva" é assim mais abrangente que "cego" ou "surdo".
- Importa lembrar que 80 % das deficiências são invisíveis.
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