quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Verbas para reformar educação só chegam se os chumbos diminuírem

As repetições de ano continuam a ser um dos problemas principais do sistema educativo em Portugal. O diagnóstico é da Comissão Europeia (CE) no seu Monitor da Educação e Formação 2016 divulgado nesta segunda-feira.

Ainda assim, os dados mais recentes da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência mostram que no ano letivo 2014/2015 a taxa de retenção desceu pela primeira vez em todos os ciclos de escolaridade ao mesmo tempo. No ensino básico, segundo o relatório A Educação em Números, a taxa de abandono e desistência foi de 7,9% e no secundário de 16,6%.

Na introdução ao Monitor da Educação e Formação 2016, Tibor Navracsics, comissário da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, frisa que “a educação só poderá cumprir a sua missão se tiver um bom desempenho”. E tal significa que se tem de garantir “que permite que os jovens se tornem cidadãos ativos e independentes e que encontrem um trabalho gratificante”. 
 
A redução dos chumbos não só é essencial para cumprir este desígnio, como permitirá garantir verbas para as reformas no setor prometidas pelo atual Governo, refere a Comissão Europeia. (...)

Abandono precoce desceu

Em destaque no relatório da Comissão Europeia surge também a redução da taxa de abandono escolar precoce em Portugal, que caiu de 30,9% em 2009 para 13,7% em 2015. Este indicador dá conta da percentagem de jovens entre os 18 e os 24 anos que desistiram de estudar.

No âmbito da estratégia europeia para 2020, Portugal comprometeu-se a reduzir esta percentagem para 10%. Dezassete países da União Europeia já tinham atingido a meta dos 10% ou estavam mesmo abaixo deste limiar em 2015. Entre eles contam-se o Chipre, Áustria, Dinamarca, Polónia, Eslovénia e Suécia.

Um dos principais desafios identificados pela Comissão Europeia é o da integração dos imigrantes nos sistemas de ensino europeus e uma das medidas para a aferir é também a taxa de abandono escolar precoce. Quantos nacionais desistiram? E quantos imigrantes? Portugal sai bem classificado desta comparação: a diferença entre uns e outros é de “apenas” 2,7 pontos percentuais a favor dos primeiros, enquanto a média na União Europeia sobe para os nove pontos percentuais. (...)
 
Fonte: Público

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