Não pode ser! Foi desta forma que um grupo de alunos do 8.º ano reagiu quando foi confrontado com a informação de que a sua fluência em leitura estava abaixo daquilo que atualmente é exigido a estudantes que têm menos dois anos do que eles.
Segundo prescrito nas metas curriculares para o 6.º ano do ensino básico, um aluno deste nível de escolaridade deverá conseguir ler 150 palavras por minuto. Mas os alunos de quatro turmas do 8.º ano do Agrupamento de Escolas Braamcamp Freire (Odivelas), que foram avaliados pela psicóloga clínica Dulce Gonçalves, coordenadora do projeto Investigação de Dificuldades para a Evolução na Aprendizagem (IDEA), não iam além das 141. O recado que esta lhes transmitiu foi o seguinte: “Agora é onde estão, mas, se quiserem, podem evoluir.” De 74 alunos, 32 ofereceram-se como voluntários.
Foram divididos em quatro grupos com oito elementos cada. Tempo do treino: quatro sessões no total. “Nenhum desistiu”, conta Dulce Gonçalves, lembrando que no final deste projeto-piloto dos ginásios de leitura e escrita, é assim que se chamam estas oficinas no projecto IDEA, os alunos já estavam a conseguir ler mais oito palavras por minuto com textos que não conheciam antes e que iam até às 172 quando a leitura era treinada entre pares durante a sessão. “A única coisa de que se queixarem foi do tempo ser curto”, diz.
Esta será uma das experiências que vai ser relatada nesta sexta-feira à tarde no âmbito do III encontro IDEA, que decorrerá na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Na base deste projeto está a constatação de que na maior parte dos casos as chamadas dificuldades de aprendizagem “não são distúrbios, nem subsistem para sempre”. “Antes pelo contrário, são um desafio e, por isso, um ótimo instrumento de evolução na aprendizagem, como acontece com os atletas”, frisa Dulce Gonçalves. Daí o terem adotado o nome de ginásios de leitura e escrita. E de, em jeito de piada, dizerem aos alunos que os frequentam que o objectivo, ali, é o de treinar o “músculo da leitura”.
Segundo prescrito nas metas curriculares para o 6.º ano do ensino básico, um aluno deste nível de escolaridade deverá conseguir ler 150 palavras por minuto. Mas os alunos de quatro turmas do 8.º ano do Agrupamento de Escolas Braamcamp Freire (Odivelas), que foram avaliados pela psicóloga clínica Dulce Gonçalves, coordenadora do projeto Investigação de Dificuldades para a Evolução na Aprendizagem (IDEA), não iam além das 141. O recado que esta lhes transmitiu foi o seguinte: “Agora é onde estão, mas, se quiserem, podem evoluir.” De 74 alunos, 32 ofereceram-se como voluntários.
Foram divididos em quatro grupos com oito elementos cada. Tempo do treino: quatro sessões no total. “Nenhum desistiu”, conta Dulce Gonçalves, lembrando que no final deste projeto-piloto dos ginásios de leitura e escrita, é assim que se chamam estas oficinas no projecto IDEA, os alunos já estavam a conseguir ler mais oito palavras por minuto com textos que não conheciam antes e que iam até às 172 quando a leitura era treinada entre pares durante a sessão. “A única coisa de que se queixarem foi do tempo ser curto”, diz.
Esta será uma das experiências que vai ser relatada nesta sexta-feira à tarde no âmbito do III encontro IDEA, que decorrerá na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Na base deste projeto está a constatação de que na maior parte dos casos as chamadas dificuldades de aprendizagem “não são distúrbios, nem subsistem para sempre”. “Antes pelo contrário, são um desafio e, por isso, um ótimo instrumento de evolução na aprendizagem, como acontece com os atletas”, frisa Dulce Gonçalves. Daí o terem adotado o nome de ginásios de leitura e escrita. E de, em jeito de piada, dizerem aos alunos que os frequentam que o objectivo, ali, é o de treinar o “músculo da leitura”.
Desânimo aprendido
Muitas das crianças e jovens observadas pelos psicólogos ligados ao projeto IDEA aparecem pela mão dos pais. “Querem saber se o filho tem dislexia ou não”, relata Dulce Gonçalves, acrescentando que mais do que procurar diagnósticos o desafio que se colocam é o de encontrar soluções. “Devemos conseguir pôr todas as crianças a evoluir a partir do nível em que estão”, defende, alertando que ter dificuldades na leitura não significa automaticamente que se é disléxico, como por vezes as escolas tendem a concluir.
Estes rótulos são perigosos, diz, porque podem levar a criança a desistir facilmente. “Há tantas que nos dizem logo à partida que não são capazes”, lamenta, para acrescentar: “Não podemos ter um sistema de ensino obrigatório que ensina o desânimo”. Mas os pais também contribuem para esta situação, quando a conversa com os filhos começa a girar invariavelmente à volta de perguntas como estas: “Mas porque é que tu és assim? Porque é que não aprendes?”.
Foi com este “desânimo aprendido” que a equipa do IDEA se confrontou mais uma vez nos novos ginásios que estão a desenvolver com alunos do 2.º ano de escolaridade. Aos sete anos, um em cada 10 alunos chumba neste nível, lembra Dulce Gonçalves. Um destino que poderia ser evitado se as dificuldades não fossem encaradas como um fatalidade, mas como um desafio.
Histórias e música
Desafio é também uma das palavras-chave da psicóloga Ana Lúcia e do professor de música João Antunes, também investigadores do projeto IDEA, que têm tentado demonstrar que na escola se deve também “aprender a ser e a estar em relação com outros”. Como? Através de histórias elaboradas por eles próprios e que podem demorar uma sessão ou prolongar-se por um ano inteiro, depende da idade dos destinatários, repletas de desafios para serem ultrapassados, e que são sempre acompanhadas por música, tocada por eles ou pelos seus pequenos aprendizes. Chamaram à experiência Musicar-Te.
No ano passado trabalharam com alunos de três e quatro anos. Atualmente estão numa creche. Mas dizem-se preparados para chegar a outras faixas etárias. Neste sábado, ainda no âmbito do encontro IDEA, vão estar a desafiar adultos com uma narrativa quem tem o seu centro no tempo ou antes na falta deste. É uma de várias oficinas nas quais se irão propor abordagens alternativas do acto de ensinar e de aprender.
Fonte: Público
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