terça-feira, 7 de junho de 2016

​“Estes alunos autistas não fazem progressão” e podiam continuar no 9.º ano, diz diretora de escola

Escola secundária, alvo de requalificação orçada em 17,2 milhões de euros, recusa seis alunos por falta de condições. Diretora de agrupamento diz que os alunos até podiam ficar retidos no 9.º ano. Governo garante resolução do problema até início do próximo ano letivo.


A diretora do agrupamento de escolas que inclui a secundária Carlos Amarante, em Braga, que recusou seis alunos autistas por falta de condições, defende que os estudantes em causa até poderiam ficar retidos no 9.º ano de escolaridade. “Esses alunos não fazem progressão”, afirma (...).

O agrupamento já tem outras quatro unidades de autismo, noutras escolas, mas só até ao 9.º ano de escolaridade. Para os jovens autistas com idades entre os 16 e 18 anos, o ensino na Carlos Amarante terá, supostamente, que terminar no 9.º ano, onde são retidos.

Entrevistada (...), Hortense Santos reconhece que o estabelecimento de ensino não tem ainda condições para acolher aqueles alunos com necessidades especiais. Mas, diz, estes estudantes autistas até poderiam nem seguir para o 10.º ano. Argumenta: "Esses alunos não fazem progressão. No fundo eles vão acompanhando. Não fazem um currículo normal".

Questionada se é necessário continuarem para o 10.º ano, Hortense Santos respondeu: “Só irão continuar para o 10.º ano, e é isso que vai ser feito agora, quando forem criadas condições físicas e de acompanhamento, em termos de recursos humanos, aqui na escola.”

Não vale a pena transitarem? “Eles têm a progressão, mas não é um currículo igual aos outros alunos”. Podiam, então, continuar no mesmo ano? “Sim, podiam”, respondeu.

Fonte oficial do Ministério da Educação garantiu (...) que os alunos serão reintegrados nesta escola no arranque do próximo ano lectivo.

Obras de 17,2 milhões

A Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga, recusou receber um grupo de seis alunos autistas por alegada falta de espaço físico para acolher uma unidade de ensino estruturado.

A escola foi alvo de uma intervenção recente no âmbito da Parque Escolar, que custou 17,2 milhões de euros. Hortense Santos diz que, aquando das obras, “não havia estas problemáticas” envolvendo alunos autistas.

A diretora espera falar ainda esta terça-feira com a Delegação Regional de Educação do Porto para agendar uma visita técnica “para saber o que é necessário para fazer as adaptações”. “Porque o problema aqui na escola é que esta escola não foi preparada para receber alunos com estas problemáticas.”

O caso gerou polémica. Em declarações (...), Ana Paula Leite, uma das encarregadas de educação afetadas, afirmou que os alunos autistas “devem ter o mesmo direito que qualquer outra pessoa e transitar para o 10.º, 11.º e 12.º".

Fonte: RR por indicação de Livresco

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