Os resultados escolares dos alunos dos distritos de Lisboa e Setúbal, e do sul em geral, estão em queda, enquanto Norte e Centro revelam progressos, indica o relatório ‘Estado da Educação 2012’, ontem apresentado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
"Há um problema nos distritos a sul do Tejo. Desafio os cientistas sociais a tentarem explicar isto. Em Lisboa e Setúbal, penso que tem que ver com a maior diversidade cultural e étnica a que a escola ainda não deu resposta", afirmou Ana Maria Bettencourt, presidente do CNE.
Pela primeira vez, foi possível relacionar origem social e resultados escolares, verificando-se, genericamente, uma influência decisiva.
Mas há exceções. No Norte, 35 por cento das escolas em meios mais desfavorecidos obtêm resultados acima da média no 3º ciclo – no Centro, esta percentagem passa os 50%. Já em Lisboa, nenhuma escola nestas condições atinge a média nacional. O diagnóstico do CNE mostra um país de contrastes, onde 40% das pessoas com 20 anos frequenta o ensino superior, mas onde 3 milhões têm só a primária ou menos. Um país a recuperar o atraso, mas ainda a 38 pontos percentuais da média europeia no número dos que têm o secundário. "Não podemos abrandar no ensino de adultos, para recuperar", disse Bettencourt, frisando que o orçamento da educação está a níveis de 2001.
In: Visão
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