sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mandíbula artificial devolve fala a mulher holandesa

Uma mulher holandesa recuperou a fala e outras funções graças ao implante de uma mandíbula artificial, obtida graças a uma técnica inovadora de criação de imagens 3D. O anúncio foi feito esta quinta-feira pela equipa médica, que apresentou a prótese como uma inovação mundial.

A notícia é avançada pela AFP, que explica que a técnica consistiu em desenhar em três dimensões, no computador, a parte do esqueleto doente - neste caso, uma mandíbula. 

Depois, foi apenas necessário "imprimir" o desenho numa prótese em titânio com as dimensões exatas do maxilar natural, que teve de ser substituída em consequência de uma infeção grave.

Jules Poukens, um dos médicos da equipa composta por belgas e holandeses envolvida no procedimento cirúrgico, contou, numa conferência de imprensa coletiva em Hasselt, na Bélgica, que a prótese pode ser implantada no corpo do paciente, reduzindo substancialmente o tempo de cirurgia. 

Deste modo, é possível substituir uma cirurgia de reconstrução tradicional que dura, por norma, entre 12 a 40 horas por uma intervenção que demora apenas cerca de três ou quatro horas. 

Primeira intervenção do género alguma vez realizada

Segundo Poukens, o procedimento já tinha sido utilizado em partes de crânios ou pequenas parcelas do rosto mas "esta foi a primeira vez que uma mandíbula inferior completa foi reimplantada num paciente". 

O cirurgião acrescentou que "a operação foi realizada há alguns meses numa doente holandesa de 83 anos" e possibilitou a preservação "de importantes funções vitais, entre as quais a respiraçao, a fala, a mastigação e as capacidades degustativas, bem como o aspeto estético, que de outra maneira teria sido perdido". 

A prótese, que pesa 107 gramas (mais 37 do que um maxilar verdadeiro), pode custar até 9.000 euros. No entanto, os médicos sublinham que, apesar de elevado, o valor é recompensado pelos benefícios, em particular a redução do tempo da operação e da hospitalização e a melhoria do estado de saúde do paciente.

Esta intervenção cirúrgica inovadora foi proporcionada graças a uma colaboração entre várias instituições de ensino e de saúde da Bélgica e da Holanda, entre as quais a Hasselt Biomed University e o Centro Médico de Sittard-Geleen.

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