sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Lista dos docentes em período probatório

A DGAE acaba de publicar a lista dos docentes dispensados da realização do período probatório e dos que o terão de realizar. As listas não permitem destacar os docentes por grupos de recrutamento, pelo que se aconselha a sua consulta.
No global, estão abrangidos por esta fase cerca de 15% dos docentes.


Bullying surge cada vez mais em idades precoces

O fenómeno do bullying (agressão reiterada) surge cada vez mais em idades precoces, em grupos de crianças ainda no pré-escolar, disse à agência Lusa a psicóloga Tânia Paias, que hoje lança um livro sobre o tema.

"Temos vindo a notar que cada vez mais estas situações acontecem em idades mais precoces, às vezes até já no pré-escolar podemos ter situações destas", afirmou a psicóloga, que em 2010 lançou o Portal do Bullying.

"Tenho Medo de ir à Escola", apresentado como um guia para pais e educadores, contém a experiência captada pela autora na prática clínica e no trabalho desenvolvido junto de escolas, onde tem realizado palestras.

A faixa etária mais atingida pelas agressões de pares é a dos 11 aos 13, apesar de haver frequentes situações em adolescentes de 15 anos.

"Temos de trabalhar muito a convivência nos jovens, que é ensinar-lhes a lidar com os outros", defende a psicóloga, para quem é importante ensinar às vítimas que têm o poder de alterar a situação, de dizer "não".

No caso de crianças, o trabalho passa por jogos em que sejam estimuladas a lidar com as emoções e a perceber o que as suas atitudes provocam nos outros.

"Se estivermos a falar de crianças em idade pré-escolar é trabalhar muito as emoções, mostrar-lhes que certo tipo de emoções, o que dizemos, tem consequências no outro", referiu.

O mesmo se passa ao nível do 1.º Ciclo. Os técnicos estão particularmente atentos à transição entre ciclos, momento em que as crianças ficam mais fragilizadas.

"Sabemos que há uma maior vulnerabilidade entre ciclos, as crianças vão sentir-se mais desprotegidas e é importante que saibam pedir ajuda, pedir auxílio a alguém, não deixar que o outro faça coisas que ela não quer ou seja, ensinar este jovem a não se subjugar à vontade do outro", explica.

No livro, Tânia Paias sugere dicas para identificar os sinais problemáticos e perceber se a criança ou jovem é vítima ou agressor, tanto em situações de bullying como de ciberbullying (ofensas ou ameaças pela Internet).

"Sabemos que nesta idade é sempre o grupo de pares, às vezes os jovens fazem tudo para se manter naquele grupo, mas temos de trabalhar com eles no sentido de manterem a sua própria vontade e isto faz-se aos pouquinhos", conta.

O livro, editado pela Esfera dos Livros, está dividido em sete capítulos, ao longo dos quais se explica o que o é o bullying e se partilham relatos e conselhos.

"Não será uma zanga entre colegas que se poderá conotar com bullying, não é uma brincadeira de mau gosto que fará com que estejamos perante o fenómeno, pois requer que haja premeditação e intimidação continuada (...) e sirva o propósito do outro", explica-se no livro.
In: DN

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CÂMARA MUNICIPAL E AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SILVES LANÇAM PROJETO L.E.R. CÃOFIANTE

Resultante de uma parceria entre a Câmara Municipal de Silves (através da sua Biblioteca Municipal e sector de Psicologia) e o Agrupamento de Escolas de Silves, realiza-se no próximo dia 30 de janeiro, na Escola EB n.º 1 de Silves, a primeira sessão do projeto-piloto L.E.R. Cãofiante. Esta iniciativa, inovadora em Portugal, pretende ajudar um grupo controlado de alunos de uma turma de 3.º ano do referido estabelecimento de ensino a superar as suas dificuldades ao nível das competências leitoras e da relação entre pares, beneficiando da presença de ouvintes atentos e facilitadores do processo terapêutico: os cães.

Neste processo, os “amigos caninos” funcionam como um estímulo multissensorial, que fomenta a atenção, a concentração e a cooperação das crianças nas tarefas propostas, contribuindo para elevar a expectativa das crianças relativamente à sua capacidade para superar dificuldades e aumentar a sua autoestima.

Por outro lado, e de modo a poder englobar toda a turma num projeto comum de prática lúdica da leitura, com o objetivo de estimular o gosto por ler bem e aproximar os alunos das metas estabelecidas para o seu ano de escolaridade, irá implementar-se uma outra vertente do projeto, intitulada L.E.R. – Livros Em Roda, desta feita com a criação de uma biblioteca de turma, que servirá de base à implementação diária de dinâmicas de leitura em sala de aula, dinamizadas pela docente e, paralelamente, atividades de leitura-a-par em casa, com as figuras familiares de confiança destas crianças.

Este projeto, que foi inspirado no programa R.E.A.D., já é dinamizado em inúmeras escolas dos Estados Unidos, Canada e, também, em alguns países europeus, com algum grau de sucesso.

De referir que, ainda neste âmbito, a Biblioteca Municipal de Silves lançou, no final de 2012, uma ação de promoção de leitura denominada “Pipas de Livros”, iniciativa inovadora a nível nacional que tinha como objetivo melhorar a capacidade de leitura das crianças e incentivar o gosto pela leitura através da utilização de um cão ouvinte, técnica que foi, igualmente apresentada como um caso de sucesso pela Biblioteca de Sello aquando da realização do Congresso da IFLA em 2012, na Finlândia, numa apresentação integrada na sessão “Surprising Library” (Biblioteca Surpreendente).
In: Local.pt por indicação de Livresco

Leitura e Escrita: Princípios, métodos e técnicas da alfabetização

No âmbito das Metas Curriculares de Português do 1.º ciclo do ensino básico, encontra-se disponível, para consulta e para descarregar, o vídeo Leitura e Escrita: Princípios, métodos e técnicas da alfabetização, elaborado na sequência de uma palestra proferida por José Morais, psicólogo da linguagem e da cognição e professor emérito da Universidade Livre de Bruxelas.

Este recurso destina-se a todos os professores responsáveis pela alfabetização dos seus alunos e encontra-se organizado em 3 partes, a saber:

1.ª Parte – É necessário fazer compreender à criança o princípio alfabético desde o início da aprendizagem da leitura e da escrita

2.ª Parte – Da consciência dos fonemas à descodificação e desta à leitura automática das palavras

3.ª Parte – Debate

Poderá aceder ao vídeo no site Programas e Metas do portal da DGE ou em breve no iTunes U.
In: DGE

Médico inventa dispositivo que impede perda de audição

Um médico sueco que trabalha nos hospitais algarvios e ensina na Universidade do Algarve desenvolveu um dispositivo que impede a perda de audição das crianças. Com esta investigação, Armin Moniri foi distinguido na semana passada pela rainha Silvia da Suécia.

O trabalho de investigação do médico Armin Moniri levou a que 80 por cento das crianças tratadas se curassem da otite média serosa sem recurso a cirurgia.
Este médico sueco, que trabalha no Centro Hospitalar do Algarve, concebeu em casa um método artesanal que consiste, afinal, num brinquedo para a criança.
O facto de as crianças com otite serosa soprarem o balão ajuda a equilibrar a pressão e arejar o ouvido médio. Num mês, pode estar quase curada.
Quando começou o estudo e o tratamento, ajudado por vários colegas do serviço de otorrino do Centro Hospitalar do Algarve, Armin Moniri, 39 anos, deparou-se com crianças que já estavam referenciadas para serem alvo de cirurgia.
O médico admite que o facto de ter um peluche no dispositivo ajuda muito.
Com esta investigação, Armin Moniri foi distinguido na semana passada pela rainha Silvia da Suécia, que tem em Gotemburgo uma Fundação e um Hospital Pediátrico com o seu nome.
O método de Moniri já foi patenteado e começará a ser comercializado este ano por uma empresa sueca.
In: TSF com áudio

Ministério da Educação quer dar mais autonomia às escolas no próximo ano

O Ministério da Educação quer dar mais autonomia às escolas no próximo ano letivo para poderem flexibilizar mais os seus currículos, anunciou em Mafra o secretário de Estado da Educação, nesta quinta-feira.

João Casanova de Almeida afirmou que "está a ser preparado um novo quadro legislativo para que, no próximo ano lectivo, possa haver mais um degrau na autonomia das escolas".
Com base nesta alteração legislativa, "as escolas podem criar as suas próprias especificidades", adaptando os currículos "às regiões, ao contexto em que trabalham e aos alunos destinatários". (...)
O secretário de Estado da Educação lembrou que estes contratos [de autonomia] "visam servir alunos num determinado contexto e eliminar constrangimentos com reforço de recursos humanos e melhores condições para materializar esse projeto educativo".

Comentário:
Por que motivo apenas a celebração de contratos de autonomia pode materializar-se na eliminação de constrangimentos com reforço de recursos humanos? E os restantes escolas, são os parentes pobres? O Secretário de Estado pode apresentar a fundamentação para um agrupamento, com contrato de autonomia, poder contratar, por exemplo, mais um psicólogo, para além do já existente, e o agrupamento vizinho, por não ter contrato de autonomia, ter visito reduzido o horário de psicologia a "meio horário"? É esta a equidade na distribuição de recursos que o ministério pretende?
Sou levado a pensar que a equipa ministerial quer controlar tudo e mais alguma coisa, numa atitude centralizadora, e, simultaneamente, desresponsabilizar-se pelo que corre menos bem no sistema, justificando-se com a suposta autonomia!

Congresso "Pedagogia para a Autonomia: Imaginar e Fazer a Mudança em Tempos Difíceis"

Realiza-se nos dias 22 e 23 de julho de 2014, no Instituto de Educação da Universidade do Minho, em Braga, o congresso "Pedagogia para a Autonomia: Imaginar e Fazer a Mudança em Tempos Difíceis". O evento, que visa disseminar e discutir possibilidades de uma educação transformadora e emancipatória em contexto escolar, destina-se a professores, formadores, investigadores e alunos de pós-graduação, abrangendo todas as áreas disciplinares e níveis de ensino. O prazo para inscrições decorre até 15 de maio e a submissão de artigos pode ser feita até 15 de março.

O 6.º Encontro do GT-PA (Grupo de Trabalho-Pedagogia para a Autonomia) inscreve-se nas atividades do Centro de Investigação em Educação (CIEd) do Instituto de Educação da Universidade do Minho e dá continuidade à intenção dos anteriores encontros: disseminar e discutir possibilidades de uma educação transformadora e emancipatória.

Vivem-se tempos difíceis na educação, importando refletir sobre o modo como temos vindo a reagir às pressões das políticas educativas, da crise económica (inter)nacional e das exigências do mercado, sem perder de vista os princípios educativos de uma pedagogia para a autonomia.

Como podemos imaginar e fazer a mudança nos atuais cenários? Que respostas dão as escolas, as instituições de formação, a investigação educacional?

Entendendo-se a autonomia como um interesse coletivo, o Encontro é de âmbito multidisciplinar, oferecendo as seguintes áreas temáticas:
•Pedagogia para a autonomia nos Ensinos Básico e Secundário;
•Pedagogia para a autonomia no Ensino Superior;
•Pedagogia para a autonomia e formação de professores;
•Pedagogia para a autonomia, políticas educativas e dispositivos reguladores;
•Pedagogia para a autonomia e investigação educacional;
•Pedagogia para a autonomia e parcerias interinstitucionais.

Para mais informações, aceder às páginas do Instituto de Educação da Universidade do Minho ou do Congresso.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Promoção da saúde mental e prevenção da perturbação mental: um compromisso inadiável

É inquestionável que os problemas de saúde mental representam um grave problema de saúde pública. Os custos diretos (despesas assistenciais) e indiretos (p.ex. baixas por doença) da perturbação mental, atingem uma magnitude preocupante, estimando-se que o impacto mundial acumulado que representa em perda de produtividade económica possa ascender a 16.3 mil milhões de dólares entre 2011 e 2030.

Se pretendemos trabalhar para os objetivos propostos na Estratégia Europa 2020, por um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, não podemos continuar a ignorar esta realidade, tornando-se prioritário “cuidar” do potencial das competências emocionais, cognitivas e intelectuais da população europeia, e não colocá-lo em risco por falta de respostas adequadas à promoção da saúde mental e prevenção da perturbação mental.

Neste contexto, na 66.ª Assembleia Mundial de Saúde, os Estados-Membros da Organização Mundial de Saúde aprovaram um Plano de ação para 2013-2020 assente em quatro grandes objetivos: reforçar uma liderança eficaz na saúde mental; implementar respostas comunitárias de saúde mental compreensivas, abrangentes, integradas e acessíveis, incluindo serviços de apoio social; implementar estratégias de promoção e prevenção em saúde mental; e fortalecer os sistemas de informação e de investigação no domínio da saúde mental.

Segundo dados do 1.º Relatório do “Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental”, Portugal “tem, em conjunto com a Irlanda do Norte, a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas na Europa”; “cerca de 65% de pessoas com uma perturbação psiquiátrica não tem qualquer tratamento” e “o tempo que medeia entre o começo das perturbações psiquiátricas e o momento em que se inicia o seu tratamento varia, na maior parte dos casos, entre um e quatro anos”. Paralelamente, sabemos existir um reduzido número de profissionais não médicos integrados na rede de cuidados de saúde mental, bem como falta de formação adequada nos modelos de intervenção de eficácia comprovada para responder aos múltiplos desafios que as pessoas com experiência de uma perturbação mental e seus familiares enfrentam.

Olhando para este cenário complexo e de uma enorme exigência, é altura de agir, de fazer chegar às pessoas todo o conhecimento produzido nos últimos anos neste domínio, e substituir o desespero, o estigma e a discriminação, por uma responsável concretização dos compromissos assumidos, quer a nível nacional (e.g. Recomendações do Ministro da Saúde de 21 de Junho 2013), quer ao mais alto nível internacional (e.g. Pacto Europeu para a Saúde Mental).

É inequívoco que “é a saúde mental que abre aos cidadãos as portas da realização intelectual e emocional, bem como da integração na escola, no trabalho e na sociedade” (OMS, 2001), reclamando um compromisso conjunto.

Filipa Palha
Docente e Investigadora da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. Coordenadora do Mestrado em Reabilitação Psicossocial.
In: Público por indicação de Livresco

ALUNOS COM NECESSIDAD​ES EDUCATIVAS ESPECIAIS DA FUNDAÇÃO ADFP

No âmbito de uma oficina de formação sobre “Educação, Género e Cidadania”, promovida pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), alunos da Fundação ADFP com necessidades educativas especiais desenvolveram várias actividades e trabalhos em contexto escolar e institucional.

Esta oficina, sob orientação de Ilda Dias, professora de Educação Especial, destacada na instituição mirandense, teve como formadoras Cristina Vieira, professora da FPCEUC, e Teresa Alvarez, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).

O principal objectivo deste projecto iniciado em 2008, foi o de integrar a dimensão do género e da igualdade entre raparigas e rapazes no currículo do ensino básico, com uma intervenção educativa visando a eliminação gradual dos estereótipos sociais de género, de modo a tornar efectiva a educação para a cidadania.

Através de actividades que integram os Guiões de Educação Género e Cidadania, da CIG, pretende-se que os jovens compreendam que ainda hoje se observa um tratamento desigual de mulheres e homens em diferentes domínios da sociedade, justificado em crenças acerca da natureza de cada um dos sexos. E, sobretudo, que aprendam a questionar as ideias que nos foram ensinadas, e aprendidas, sobre o que deve ser-se ou fazer-se, independentemente do sexo, para que adquiram valores e competências que lhes permitam ser cidadãos mais responsáveis, mais solidários e mais “humanos”.

Na actividade.“Os tempos livres dos nossos pais e mães”, os alunos mais velhos (jovens do Centro de Actividades Ocupacionais e da Formação Profissional, com mais de 18 anos de idade) pesquisaram junto dos seus pais e outros familiares, acerca dos estereótipos de género que prevalecem no tempo, e do que é preciso mudar.

O resultado foram vários trabalhos em sala de aula: desenhos, cartazes, um desdobrável e uma Banda Desenhada. Para comemorar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, os alunos assistiram a uma palestra com o Dr. Pinto da Costa, no Agrupamento de Escolas do concelho.

“À descoberta do Património Imaterial” foi outra das actividades considerada muito importante para realizar com as crianças e jovens do Lar de Infância e Juventude (LIJ), da Fundação.

Os jovens recolheram junto das pessoas mais idosas da Residência Gratidão (Assistida), Sabedoria (Geriátrica) e do Centro de Dia, testemunhos da sua vida passada, as suas brincadeiras, os trabalhos e actividades que desenvolveram (no artesanato, profissões, ocupações) e as dificuldades que passaram, reconhecendo melhor o valor do trabalho e da sabedoria dos mais velhos e o seu contributo para a sociedade actual.

Testemunhos dos mais idosos

Maria Laurinda, de 80 anos, contou a sua infância e o seu trabalho de carvoeira. Teve que sair da escola com dez anos, com apenas a 3ª classe, para começar a trabalhar com os pais, que eram carvoeiros. Descreveu todos os passos para fazer o carvão, desde o cortar da lenha até à sua venda junto das pessoas, no mercado semanal e outras feiras.

Também João Ladeira, de 91 anos, antigo dono de um lagar de azeite, relatou aos alunos como se faz o azeite, desde a apanha da azeitona até à obtenção do produto, salientando a evolução dos instrumentos usados no seu fabrico, desde a moagem manual, com moinhos puxados por bois ou movidos a água, até à actualidade em que é feito com motores eléctricos. A sua esposa, Lurdes, de 82 anos, fazia as refeições para todos os trabalhadores e ajudava na limpeza do lagar.

Já Maria Mendes, de 88 anos, igualmente dona de um lagar, contou como ajudava o marido, sobretudo na limpeza do lagar e no preparo das refeições para os trabalhadores, além de todo o trabalho que faziam no campo. Arménio Dias, com 91 anos, refere que começou ainda criança, por trabalhar no vime, ajudando o seu pai a fazer cestos e canastras, e mais tarde trabalhando na recolha da resina, tendo sido guarda-fios e aprendido a tocar violino (de ouvido), tocando em muitas festas e arraiais. Foi também monitor na oficina de Vime, na Fundação. Afirmou, orgulhosamente, que está casado há 63 anos com a esposa Natália, de 84, também residente na instituição. Esta senhora sublinhou que, de pequena, ajudava o pai a fazer canastras e nos trabalhos de agricultura, e mais tarde o marido.

Elvira, de 94 anos e Idalina, de 82 anos, entre muitos outros trabalhos, foram costureiras, começaram a aprender o ofício ainda crianças, com o objectivo de fazerem as roupas para a sua família. Mais tarde, já adultas, costuravam para outras pessoas.

Conceição Carvalho, de 75 anos, foi guarda de passagem de nível e Lurdes, referiu que trabalhou “na Fábrica dos Baetas”, a fazer tapetes (salienta que fez uma passadeira com 50m, com a cara do Rei, para uma encomenda de Lisboa), e mais tarde foi auxiliar na Maternidade e no Hospital da Universidade de Coimbra.

Américo Oliveira, 86 anos e Alberto Costa com 74, contaram a sua vida de sapateiros, Arménio Soares, de 81 anos, contou o seu trabalho num aviário e, mais tarde, a sua vida como agricultor. Também Fernando Gonçalves, de 59 anos, da área da saúde mental (veio do Lorvão), relembrou a sua vida como voluntário na Força Aérea e o seu trabalho como funcionário administrativo, em algumas empresas de renome, no Ministério da Agricultura e em França.

Os jovens visitaram ainda as oficinas de artesanato da Fundação, localizadas no Parque Biológico da Serra da Lousã, onde puderam ver “ao vivo” como se fazem os trabalhos em vime, como se trabalha o barro, como funcionam os teares e ainda como se faz o conserto de calçado, na oficina de sapataria. Aqui, foram explicados os vários passos, desde a matéria-prima até à obtenção do produto final.

Perante este trabalho, quase todo manual, os alunos e as alunas aprenderam a valorizar os mestres de ofícios que ainda subsistem, aprendendo com eles e com elas, desde o tratamento da matéria-prima até à produção das obras finais.

Vendo e convivendo com pessoas de outras gerações, os jovens adquirem outros valores e competências, reconhecendo o contributo da geração mais velha, e aprendem a valorizar o trabalho tanto do homem como da mulher, numa perspectiva de igualdade de género.

In: Local.pt por indicação de Livresco

Robôs ajudam investigadores em diagnósticos a crianças com autismo

Na Croácia, investigadores da Universidade de Zagreb estão a recorrer a robôs para diagnósticos e tratamentos em crianças com autismo. Os resultados têm-se revelado relativamente positivos.


Luka é um menino croata com quatro anos de idade e que sofre de Desordem do Espectro Autista (DEA, ou ASD em inglês), uma deficiência no desenvolvimento que inibe competências de comunicação, sociais e comportamentais. A DEA é também difícil de detectar em crianças tão novas, o que significa que o seu diagnóstico, além de um tratamento adequado, só ocorre tardiamente, geralmente a partir dos cinco ou seis anos de idade.
O seu melhor amigo é um robô chamado Rene, produzido em França e que está a ser utilizado num projecto conjunto entre duas instituições da Universidade de Zagreb - a Faculdade de Educação Especial e Reabilitação e a Faculdade de Engenharia Electrónica e Computação - numa iniciativa que recorre a robôs de forma a poder realizar diagnósticos e um acompanhamento mais eficaz em casos de crianças que sofram desta desordem.
Este caso também não é único - Rene tem sido utilizado com o mesmo propósito por instituições de todo o mundo.

Robôs ao auxílio da humanidade?

O objectivo real de Rene não passa por substituir um terapeuta real, mas antes por funcionar como uma ferramenta que permite recolher dados mais facilmente e realizar testes a padrões comportamentais muito específicos.
Este pequeno robô vem equipado com colunas, microfones e é capaz de registar o que ocorre à sua volta (dados como vocalizações da criança, grau de proximidade com os seus pais, número de vezes em que inicia a comunicação ou o número de vezes em que estabelece contacto visual).
"Para crianças com autismo, o robô é um estímulo que é muito simples e sempre semelhante", afirma a investigadora Jasmina Stosic, citada no Rferl.org. "As pessoas são muito complicadas para crianças assim porque, quando nós falamos, fazemos vários gestos. Num dia estamos a usar uma t-shirt vermelha, noutro uma azul. O robô é um estímulo constante, as crianças não precisam de pensar tanto em informações diferentes e podem assim concentrar-se no essencial".
Segundo os investigadores, o pequeno robô tem originado reacções positivas nos testes realizados até à data. "Crianças com défice de atenção, que têm dificuldades em estabelecer contacto visual, reagem relativamente bem ao robô", afirma a investigadora Maja Cepanec. "Elas observam-no e ficam entusiasmadas com ele. Até agora, as nossas experiências têm sido relativamente positivas".


In: I online por indicação de Livresco

E se deixassem a Escola em paz?

A educação é um projeto de cultura e de humanização que a obriga a determinar valores e objetivos que toda a comunidade envolvente deve cumprir. Isso exige uma grande abertura aos novos horizontes, às novas solicitações, às novas oportunidades, para que não sejam, mais tarde, oportunidades perdidas. É por isso que para os educadores a compreensão da mudança controlada dos valores que cada nova geração transporta para a escola, deve ser uma das formas de dar sentido à realidade do que fazem, clarificando a dimensão social e ética das suas práticas.

A sociedade do século XXI necessita de profissionais que sejam capazes de transformar os obstáculos em desafios, e estes em processos de inovação, e que saibam também identificar as suas características específicas, potenciando-as através da identificação das funções e competências que esse impulso renovador lhes irá exigir.

Mas, para que esse investimento pessoal e profissional resulte em eficiência organizacional, torna-se, a nosso ver, indispensável que se conjuguem seis condições, ou objetivos básicos de intervenção: 
1ª- Conceder aos educadores autonomia de decisão quanto à elaboração de projetos curriculares, a partir de um trabalho sistemático de indagação, partilhado com os seus colegas. 
2ª- Prestar especial atenção à integração da diversidade dos alunos, num projeto de educação compreensiva, que atenda às características e necessidades individuais. 
3ª- Manter um alto nível de preocupação quanto ao desenvolvimento de uma cultura de avaliação do trabalho individual e do funcionamento organizacional das escolas. 
4ª- Associar a flexibilidade à evolução, face ao reconhecimento que os professores detêm diferentes ritmos para atingirem os objetivos que os aproximem dos indicadores sociais da mudança. 
5ª- Manter uma grande abertura às propostas e às expectativas de participação de todos os elementos da comunidade educativa, enquanto condição para promover a ruptura que conduz à renovação. 
6º- E, finalmente, terminar com a política de terrorismo contra os professores e contra a escola pública.

Infelizmente, os tempos que correm não têm permitido alimentar este tipo de optimismos. Razões alheias ao crescimento profissional dos docentes, como o são as ancoradas na crise demográfica e, sobretudo nas irracionais e conservadoras medidas de política educativa que visam a mudança pela mudança com o objetivo de implodir a escola pública, democrática e inclusiva; que privilegiam os números do orçamento e a estatística por medida, à promoção do desenvolvimento pessoal dos educadores e dos seus alunos; tudo isto, dizíamos, anunciam tempos de ruptura e contestação pouco favoráveis à reflexão serena sobre o futuro da escola.

Pode ser que o pesado calendário de consultas eleitorais que se presta a iniciar obrigue, demagogicamente, como vai sendo habitual, os responsáveis por este medíocre Ministério da Educação a agirem mais com as pessoas e menos, como também vai sendo costume, contra elas.

João Ruivo
ruivo@rvj.pt

Cerca de 250 milhões de crianças não estão a aprender a ler, alerta UNESCO

Cerca de 250 milhões de crianças no mundo não estão a aprender a ler, revela hoje um relatório da UNESCO, alertando que a educação está em crise, com os governos a precisarem de perto de 129.000 milhões de dólares anualmente.

Um ensino inadequado em todo o mundo deixou um legado de analfabetos mais generalizado do que se pensava inicialmente, avança o relatório anual da UNESCO. O documento informa que uma em cada quatro crianças nos países pobres não consegue ler uma frase, com a percentagem a elevar-se para 40% nos países da África Subsaariana.

“Qual é o sentido da educação se as crianças após cinco anos na escola saem sem as habilitações que precisam?”, questiona Pauline Rose, responsável pelo relatório de cerca de 500 páginas sobre Educação Global.

Num terço dos países analisados, menos de três quartos dos professores do ensino primário existentes foram treinados para normas nacionais, enquanto 120 milhões de crianças em idade primária em todo o mundo tinham pouco ou nenhuma experiência escolar. “Nos últimos dez anos, as pessoas que vivem nos grupos mais marginalizados continuaram a ser privadas de oportunidades educacionais”, frisou Pauline Rose no documento.

Trinta e sete países monitorizados pelo relatório estão a perder pelo menos metade do montante que gastam em educação primária, porque as crianças não estão a aprender, revela a UNESCO.

Em países desenvolvidos como França, Alemanha ou Reino Unido, os filhos de imigrantes ficam atrás dos seus pares, realizando muito pior as metas mínimas de aprendizagem. Também grupos indígenas na Austrália e Nova Zelândia enfrentam problemas semelhantes, revela o relatório.

“O acesso não é a única crise – a má qualidade está a atrasar a aprendizagem daqueles que conseguem ir à escola”, escreve a diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, no prefácio do relatório.

Cerca de 250 milhões de crianças em todo o mundo não aprendem o básico, segundo o documento, que lembra que em 2011 havia 57 milhões de crianças fora da escola, metade das quais em países afectados por conflitos.

Para ser alcançada uma melhoria, é necessário “professores competentes”, argumenta o relatório, chamando os governos “a formar e a colocar os melhores disponíveis para aqueles que mais precisam”.

Os professores devem receber formação inicial que combine “o conhecimento dos assuntos a serem ensinados com o conhecimento dos métodos de ensino”, bem como formação sobre “como concentrar a ajuda às crianças desfavorecidas”.

O relatório recomenda ainda que os professores sejam colocados “em áreas onde a ajuda é mais necessária, criando incentivos para que se comprometa a educação a longo prazo, como “um salário que corresponda, pelo menos, às suas necessidades básicas, boas condições de trabalho e uma oportunidade de carreira”.

A letargia da nação e a atonia da oposição

Dou por mim, amiúde, agora que se aproximam os 40 anos sobre Abril, a rever lutas e ilusões de poder mudar a história em que nasci e o futuro dos que se seguirão. Mas, em vez disso, vejo a letargia emocional duma nação, que permite o retrocesso e o êxito dos tiranos.

Para a situação em que Portugal está contribuiu fortemente um sistema político baseado na alternância de partidos fechados, que chegam ao poder sem linhas programáticas sólidas e fundamentadas e sem apresentarem a votos as pessoas que governarão. A saída da crise também passa por mudar este paradigma. Para ser alternativa, o PS deve varrer ambiguidades, perceber que o mundo político em que cresceu mudou e evoluir de simples estrutura de conquista de votos para instituição aberta à sociedade.

A contestação pública às decisões políticas parece ter diminuído, sem que tenham diminuído a injustiça e a imoralidade da governação. São constantes os abusos e a opressão num meio político putrefacto. Mas a intensidade dos protestos parece ser menor. É, então, legítima a interrogação: porquê? Por que motivo, perante tantas denúncias públicas, nada acontece de significativo, como se pouco importasse, a esta estranha forma de estar, a justiça e a ética mínimas? Que utilidade tem, afinal, o acesso a tanta informação, se não logramos mudar o que está errado, nem reverter a atonia mental da oposição? Dir-se-ia que a força da razão e da verdade está remetida para plano secundário, por mais relevantes que sejam os factos. E se abundam os factos…

1. No último debate quinzenal, Passos Coelho martelou os números, arte em que é perito. Interpelado sobre a violenta diminuição do número de bolsas de doutoramento concedidas pela FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), negou a redução porque, garantiu, teria sido compensada por novos programas doutorais, geridos diretamente pelas universidades. Grosseiramente falso. Com efeito, somando as 298 bolsas FCT às novas 431, das universidades, obtemos um total de 729. Este número representa uma diminuição de 469 bolsas, dado que no ano transato foram concedidas 1198. Percentualmente, estamos a falar de um corte de 39,14%. Coisa pouca para quem não percebe que não há futuro sem investimento na ciência e na tecnologia. Pouco depois, Pires de Lima ajudou a compreender por que razão o Governo estrangula a investigação científica. Num debate, na Fundação de Serralves, o ministro da Economia disse que uma boa parte da investigação científica “não chega a transformar o conhecimento em resultados concretos, que depois beneficiem a sociedade como um todo”. Pires de Lima referiu, ainda, que a investigação científica vive “no conforto de estar longe das empresas e da vida real” e advogou um modelo de financiamento que “se traduza em produtos, marcas e serviços, que possam fazer a diferença no mercado”. Pires de Lima não disse que falava assim porque o país acabava de conhecer o corte financeiro, inominável, aplicado à investigação científica. Mas disse o suficiente para lhe conferirmos pouco crédito para falar de ciência. Ignora o ministro que na origem de muitas das maiores ”utilidades”, de que hoje se serve, estão descobertas que a vacuidade do seu raciocínio teria interditado? Como ousou eleger produtos, marcas e serviços como destinatários únicos da investigação científica, deixando de fora aplicações tantas, de ciências muitas, que visam a natureza humana (isso, humana, que não utilitária) da sociedade que governa? Pobre Camões, se tivesse de provar a utilidade dos Lusíadas! Pobre gente, que assim se deixa governar!

2. Foi penoso ouvir o ministro da Educação falar de vinculação extraordinária de professores, iludindo os incautos sobre as razões da mudança de política. Obrigado pela porfia dos novos escravos (os professores contratados) e ameaçado por Bruxelas, o ministro anunciou, tão-só, mais um expediente para fugir à lei e à justiça. Uma vergonha insuportável para qualquer sociedade decente. O que está em causa não é a teia que se prepara. É a entrada nos quadros de todos os professores que reúnem, há muito, as condições que a lei prevê. A maneira atarantada com que o ministro se expressou deixou montes de dúvidas e algumas certezas, a saber: não se antevê a resolução honesta do problema, mas apenas uma tentativa de o iludir e branquear sucessivas responsabilidades de sucessivos governos; aquilo a que Crato chama as "necessidades permanentes” do sistema nada tem que ver com o cumprimento da uma diretiva europeia, velha de 15 anos; é preciso pensar nos casos de eventuais professores em horário zero, que detêm graduações superiores aos que irão concorrer a “vinculação extraordinária”; é preciso avaliar todas as situações de novas injustiças que se somarão às que já existem, se não se acomodar o cumprimento da lei e da diretiva, numa solução complexa, global, difícil, mas possível. Assim tivera o ministro o saber, que não tem.

Santana Castilho
Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Compreender a leitura e as suas dificuldades- Ação de Formação

Terá início no dia 3 de fevereiro (segunda-feira), na EB 2 3 Maria Valeda - Sto. António dos Cavaleiros- a ação de formação "Compreender a leitura e as suas dificuldades" ministrada pelo Prof. Doutor Vítor Cruz.
A ação tem como destinatários professores dos grupos 110,910,920,930.

Mais informações em http://cfpinandee.weebly.com/

Pode efetuar a sua inscrição, até sexta-feira, através do seguinte link:

Parecer sobre integração do ensino da língua inglesa no currículo do 1.º ciclo do Ensino Básico

O Parecer n.º 2/2014 do Conselho Nacional de Educação sobre a integração do ensino da língua inglesa no currículo do 1.º ciclo do Ensino Básico refere que, para além de não comprometer os objetivos de aprendizagem da língua materna (cuja centralidade importa preservar), encontra-se demonstrado que o contacto letivo precoce com uma língua estrangeira favorece a obtenção de níveis de proficiência mais elevados ao fim de, pelo menos, oito anos de ensino.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

I JORNADAS INTERNACIONAIS ONLINE DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Organizadas pela Universidade Aberta (UAb) – Portugal, com a colaboração da Universidade de Oviedo – Espanha, e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil, decorrem de 5 a 10 de maio de 2014 as I Jornadas Internacionais Online de Educação, Tecnologia e Inovação. Pela natureza do evento, o local de realização é a plataforma moodle em português e castelhano.

Este evento, totalmente assíncrono, tem a finalidade de possibilitar um espaço de diálogo, entre investigadores e docentes, sobre inovação pedagógica, com base no intercâmbio de resultados da investigação realizada e aplicada, com o uso das tecnologias na educação, com especial destaque para a diversificação da oferta formativa.

Os temas dos fóruns serão a Inovação nos planos de estudos, a Inovação nas estratégias e recursos para a educação e a Inovação na avaliação das aprendizagens.
In: Local.pt por indicação de Livresco

À descoberta com quatro sentidos

O Museu da Comunidade Concelhia da Batalha decidiu proporcionar aos seus visitantes uma experiência diferente. Com os olhos vendados, quarenta pessoas, entre adultos e crianças, partiram à aventura descobrindo, através do tato, algumas das peças que figuram no espaço, ouvindo a audiodescrição inédita de uma das mais emblemáticas peças do acervo, cheirando ervas aromáticas e degustando iguarias típicas da região.

O Museu da Comunidade Concelhia foi eleito, em 2012, como o Melhor Museu Português, pela Associação Portuguesa de Museologia e foi, mais tarde, galardoado com o Prémio Kenneth Hudson do Fórum Europeu dos Museus.

Com o lema "Museu de todos", o espaço já abriu as portas a cerca de 16 mil visitantes e está preparado para receber pessoas com incapacidades visuais, auditivas, motoras ou intelectuais.

À agência Lusa, a vereadora da Câmara da Batalha com o pelouro da cultura, Cíntia Silva, garantiu que atividades como esta vão continuar.

A iniciativa do Museu da Comunidade Concelhia da Batalha é um exemplo de inclusão e valorização das pessoas com deficiência em Portugal.
In: INR

IX Congresso de Neurociências e Educação Especial

É em Viseu, nos dias 10 e 11 de maio, que vai decorrer o IX Congresso de Neurociências e Educação Especial, sob o tema "Estimular, Prevenir e (Neuro)Educar&com Felicidade!". As inscrições devem ser formalizadas até 30 de abril.

O Congresso visa criar um espaço marcado pela partilha de experiências e conhecimentos em torno da Neurociência e da Educação Especial, no qual a interação, a objetividade e o pragmatismo das abordagens estejam sempre presentes.

Apoiar novas projeções e edições técnicas na área da educação especial, sugerindo por isso novos nomes na região, é um dos objetivos do evento, onde se pretende mostrar novas abordagens à Educação Especial, partindo da Neurociência e visando igualmente abrir novas linhas de pensamento e investigação.

Temas como a aprendizagem do cérebro de crianças com Necessidades Educativas Especiais, bullying, dislexia, aprendizagem cooperativa em sala de aula, ou ainda “neuroeducar” crianças para a felicidade e para a eficácia, destacam-se entre os vários a apresentar pelos oradores 

Para mais informações, aceder à página do IX Congresso de Neurociências e Educação Especial.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Dificuldades de Aprendizagem Específicas – Rumo ao Sucesso de Todos os Alunos

O Centro Hospitalar da Cova da Beira está a organizar a Jornada de Formação subordinada ao tema “Dificuldades de Aprendizagem Específicas – Rumo ao Sucesso de Todos os Alunos”, a acontecer no próximo dia 14 de fevereiro de 2014 (sexta-feira) no Auditório do Hospital Pêro da Covilhã.
Esta iniciativa é fruto de uma parceria entre o Centro Hospitalar da Cova da Beira e o Agrupamento de Escolas “A Lã e a Neve”, destinada a professores, encarregados de educação, profissionais de saúde e estudantes.
Ver cartaz

Via correio eletrónico da UBI

Duas comissões vão rever sistema de proteção das crianças em risco e regime da adopção

O sistema de promoção e proteção das crianças e jovens em risco e o regime jurídico da adoção vão ser revistos por duas comissões, compostas por especialistas e representantes do Estado, cuja constituição foi publicada hoje em Diário da República.
No despacho (...), o Governo afirma que, "apesar dos esforços realizados, continuam a verificar-se, em vários dos seus segmentos, sérias dificuldades na concretização" do sistema, "o que ainda fragiliza a proteção das crianças".
Para melhorar o sistema de proteção das crianças e jovens em perigo, o Governo decidiu "intensificar a participação de todas as entidades e personalidades relevantes".
Determinou ainda a abertura do debate tendente à revisão do sistema de promoção e proteção das crianças e jovens em perigo e do regime jurídico da adoção.
As comissões são integradas por representantes dos ministérios da Administração Interna, da Saúde, da Educação e Ciência e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social e por "entidades com intervenção de reconhecido mérito na área da infância e juventude".
Uma das comissões será coordenada pelo procurador-geral adjunto Francisco Maia Neto e a outra pela procuradora-geral adjunta Lucília Gago.
As comissões, no âmbito da sua missão, podem proceder à audição de entidades ou personalidades de reconhecido mérito na área, refere o despacho, que entra em vigor no sábado.
Segundo fonte governamental, os prazos para apresentação de relatórios com conclusões e projetos de alteração aos diplomas serão determinados nas primeiras reuniões das comissões agora constituídas por despacho.
A criação destas duas comissões foi decidida através de uma Resolução do Conselho de Ministros de 11 de junho de 2013.
O Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social assegurará o apoio administrativo e caso se justifique, poderá disponibilizar instalações para a realização de reuniões das comissões.
Em 2013, o ministro Solidariedade, Emprego e Segurança Social explicou que as duas comissões iriam funcionar sem qualquer remuneração, ajudas de custo ou senhas de presença.
Mota Soares disse ainda que as duas estruturas irão ajudar a concretizar a revisão do atual sistema de proteção de crianças e jovens e defendeu que tanto a atual lei de proteção das crianças e jovens em risco, como a legislação que levou à criação da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens deverão ser atualizadas, já que, decorridos mais de dez anos sobre a sua aprovação, "e perante novos fenómenos e novas problemáticas, os mecanismos previstos na lei deverão adequar-se".
A esse propósito, o Governo vai ainda propor a revisão da organização tutelar de menores.
A definição dos tempos de afetação dos elementos das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, a reformulação do papel dos representantes que delas fazem parte e a unificação da aplicação informática usada nos processos são algumas das questões que deverão ser revistas assim como o reforço dos mecanismos da adoção internacional e a reativação da intervenção do Observatório da Adoção.
In: Porto Canal por indicação de Livresco

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Gulbenkian apoia associação de Leiria em projecto com crianças

A associação InPulsar, de Leiria, foi contemplada com 15.900 euros pela Fundação Calouste Gulbenkian, para desenvolver, durante um ano, um projeto de dança junto de jovens do Bairro Cova das Faias, em parceria com a Escola de Dança Clara Leão.
O projeto "Daqui prá cá" foi um dos 17 premiados no âmbito do Concurso PARTIS - Práticas Artísticas para a Inclusão Social, da Fundação Calouste Gulbenkian, para a integração social de públicos desfavorecidos ou excluídos.
Trata-se de um programa "específico de inclusão social e cultural", que irá trabalhar com oito crianças do bairro social, explicou uma das fundadoras da associação, Tânia Marques.
O projeto consiste em juntar os jovens do bairro social com outras crianças da Escola de Dança Clara Leão em aulas de dança criativa.
"O objetivo é trabalhar a interculturalidade dos grupos", adiantou Tânia Marques, acrescentando que as voluntárias irão intervir também "ao nível do treino de competências, programa de ajustamento psicológico e desenvolver actividades culturais".
Para a professora e bailarina da Escola de Dança Clara Leão, Anna Wesolek, este programa irá trabalhar os dois lados da inclusão social. "O grupo dos não excluídos irá receber o grupo dos excluídos e vice-versa. Neste ambiente de cultura podem trabalhar juntos e integrarem-se uns aos outros".
Liliana Carvalho, outra das fundadoras da InPulsar, referiu que a candidatura tem um valor total de 26 mil euros. "O restante valor é suportado pelos parceiros e pela associação".
O projeto deverá iniciar-se no próximo mês, com as actividades previstas e em articulação com os parceiros.
A InPulsar já desenvolve no bairro social Cova das Faias o projecto "Gira Ó Bairro", que assenta no "apoio psicossocial das famílias, apoio ao estudo às crianças e treino de competências sociais, pessoais e grupais".
A InPulsar ganhou ainda a candidatura ao Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, que atribuiu 80 mil euros para desenvolver um projecto de rua.
O programa visa a intervenção em pessoas que estão em "risco de vulnerabilidade social", nomeadamente "toxicodependentes, prostitutas, arrumadores ou sem-abrigo".
"O objectivo é a redução de riscos e minimização de danos, através da dispensa de seringas e distribuição de preservativos", disse Lisete Cordeiro, dirigente da Inpulsar.
In: Sol por indicação de Livresco

Britânica relata drama de filho com «olhos dançantes»

A britânica Nicola Oates não desconfiava que a forma desastrada do seu filho, Thomas, quando bebé, fosse sinal de um problema nos seus olhos.
À medida que o pequeno ia crescendo, a situação ficou mais problemática. Ele tropeçava em qualquer objeto que estivesse no chão e começou a ficar atrasado em relação às outras crianças na escola.
Thomas também desenvolveu o hábito de virar a cabeça para a direita, apontando o queixo para baixo, quando tentava olhar para algo.
«Aquilo era muito estranho», afirmou Nicola, que mora com o filho na região de Midlands, área central de Inglaterra.
«Quando ele estava a andar, acabava por esbarrar com paredes, cadeiras, pessoas...tudo», acrescentou.
Nicola explica que virar a cabeça e outros comportamentos estranhos eram a forma que Thomas encontrou de «parar a oscilação dos olhos», um sintoma de uma desordem incurável que causa o movimento dos olhos chamada nistagmo.
Chamada de doença dos «olhos dançantes» devido aos movimentos incontroláveis nos olhos, o nistagmo também é responsável pelo aparecimento de muitos problemas de visão com o passar do tempo.
Jay Self, pediatra oftalmológico no Hospital Geral de Southampton e palestrante em oftalmologia genética na Universidade de Southampton, afirma que é muito importante descobrir mais sobre a doença, que afeta uma em cada mil pessoas no Reino Unido.
«Pode afetar a vida toda de uma pessoa, que pode ser de 80 a 90 anos, a vida no trabalho, família e gerações futuras», disse.
O médico descreve o nistagmo como uma visão estroboscópica, o que faz com que as crianças tenham dificuldade em ver objetos em movimento e sejam lentas no reconhecimento de rostos.
Segundo John Sanders, do grupo de apoio britânico especializado neste problema, o Nystagmus Network UK, poucos adultos com a desordem podem conduzir e a maioria tem dificuldades na vida quotidiana, educação e também para conseguir emprego.
As pessoas afetadas pelo nistagmo também têm problemas em situações normais da vida social, pois não conseguem ver os sinais que podem ser percebidos nos rostos de outras pessoas.
No entanto, estas dificuldades nem sempre são detetadas em exames de olhos tradicionais e a verdadeira extensão dos problemas de visão nunca é totalmente investigada.
O caso de Thomas é um destes exemplos: ele não é classificado como portador de deficiência visual pois consegue ler a tabela para exames oftalmológicos.
Apesar disso, o menino que agora tem oito anos, precisa de ajuda de luzes especiais e lentes para ajudá-lo na leitura, e também precisa de um corrimão para conseguir movimentar-se dentro de casa.
Quando Thomas está em casa usa óculos com lentes azuis para proteger os olhos e por volta das 19:00 já está exausto devido ao esforço que fez durante todo o dia para conseguir ver como deve ser.
«É muito difícil para ele. Ele não consegue avaliar a distância das coisas. Mesmo quando me abraça, precisa de ficar sobre os meus pés para descobrir onde estou», afirmou Nicola.
In: Diário Digital por indicação de Livresco

O contexto social exclui muitas crianças de um futuro que podia ser brilhante

O retrato varia muito de cidade para cidade dos Estados Unidos, e de região para região. Como se o país não se enquadrasse afinal na ideia clássica de “terra de oportunidades” mas fosse um conjunto de terras diversas – algumas de oportunidades, outras não.

Numa mesma cidade, as oportunidades podem também variar entre uma pessoa que viva numa zona de transportes fáceis, boas escolas, cuidados de saúde e uma boa rede comunitária de participação e ajuda, e outra que esteja confinada aos subúrbios, viva longe do trabalho, seja obrigada a passar várias horas nos transportes ou a deixar os filhos em escolas problemáticas.

Essa diversidade é uma das principais conclusões – mas não a mais surpreendente – do estudo resultante do Projeto de Igualdade de Oportunidades (“Equality of Opportunity Project”) – conduzido por um grupo de académicos das Universidades de Harvard e Berkeley, e publicado (...) nos principais jornais dos Estados Unidos.

A descoberta mais surpreendente, para economistas especializados nas questões da mobilidade social e das desigualdades, como os próprios reconheceram em várias entrevistas, é esta: o mundo de oportunidades que se abre para uma criança nascida numa família pobre, hoje, é praticamente o mesmo que era há 40 anos anos nos Estados Unidos. E fica abaixo de muitos países desenvolvidos. As consequências para uma criança de nascer numa família pobre, essas, são maiores do que em décadas anteriores. Isso acontece (...) porque a diferença entre extremos – ricos e pobres – é maior. E subir os degraus da escala social não se tornou mais fácil.

Assim, a pergunta “É a América a ‘Terra da Oportunidade’?” está longe de ter uma resposta clara, escrevem os autores numa síntese do estudo, que pode ser consultado em http://www.equality-of-opportunity.org/. Nathaniel Hendren, Patrick Kline, Emmanuel Saez, Nicholas Turner e Raj Chetty, que lidera a equipa, preferem descrever os Estados Unidos do século XXI como “um conjunto de sociedades” e uma mistura de “terras de oportunidades” (com elevados níveis de mobilidade social entre gerações) e de terras onde afinal muito poucas das crianças conseguem escapar à pobreza.

Nascer pobre e ficar pobre é mais provável em cidades como Atlanta (Geórgia), Cincinnati ou Columbus (Ohio), Charlotte e Raleigh (Carolina do Norte) entre outras. O Sudeste do país e o Midwest industrial são as zonas cinzentas, no extremo oposto do Nordeste ou Oeste, onde é mais fácil atravessar barreiras sociais, por exemplo no estado da Califórnia, ou em cidades como Pittsburgh, Boston ou Nova Iorque.

A mobilidade social em cidades como Salt Lake City (Utah) ou San Jose (Califórnia) estão ao nível dos níveis na Dinamarca. Atlanta (Geórgia), no outro extremo, consegue estar abaixo de todos os países desenvolvidos (para os quais existem dados disponíveis). 

A riqueza de uma região não é absolutamente decisiva. O que muda entre estas cidades é também o que os autores identificam como os cinco fatores que abrem ou fecham oportunidades: a segregação (viver num gueto racial ou social), a desigualdade, a estrutura familiar, a qualidade da escola e o grau de envolvimento comunitário na vida das pessoas.

A partir da análise de dados relativos ao rendimento de milhões de pessoas (sem especificar quantas), o estudo posiciona-se como o mais próximo da realidade alguma vez realizado na tentativa de associar as oportunidades ao meio onde se nasceu e cresceu. E conclui que 70% das crianças nascidas em famílias pobres permanecem abaixo da classe média na idade adulta. (...)

LPCC realiza Curso de Formação de Professores em Oncologia em Viseu

A Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Centro (LPCC-NRC) em colaboração com a Direcção-geral dos Estabelecimentos Escolares e os Centros de Formação de Agrupamento de Escolas da Região Centro, está a dar continuidade às acções de formação dirigidas a professores do 2º e 3º ciclos dos ensinos básico e secundário das escolas da zona centro, iniciadas em 2011 e dedicadas ao tema Cancro: Sensibilização e Prevenção. Com esta iniciativa, que se encontra já na sua 4ª Edição, pretende-se habilitar os professores a abordar a temática do cancro em contexto escolar, apoiando-se, deste modo, a construção de escolas promotoras da saúde, avança a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), no seu site. 

Formação de Professores em Oncologia – Nível I

Estrutura do Curso 

Objectivos

O presente curso pretende sensibilizar os professores do ensino básico e secundário para a problemática do cancro, procurando fomentar conhecimentos na área da oncologia e prevenção da doença oncológica, de modo a habilitá-los a abordar esta temática em contexto escolar e a actuar ao nível da promoção da saúde, adopção de estilos de vida saudáveis e aprendizagem entre pares, junto dos seus alunos. 

Metodologia

Curso de formação inicial (nível I) de 4 horas

Disponibilização de material pedagógico

Conteúdos Formativos

I – A Liga Portuguesa Contra o Cancro

● Abordagem Histórica

● A LPCC: missão e objectivos

● A LPCC: iniciativas e serviços

● A LPCC: informação social

II – Cancro e sua Prevenção

● O que é o cancro

● Causas e factores de risco

● Prevenção primária e secundária

III – Como falar sobre cancro com jovens em idade escolar

● A compreensão da doença conforme a idade

● O papel do professor

● Técnicas de comunicação

Calendarização

5 de Fevereiro (Viseu) • 22 de Fevereiro (Guarda) • Março (Castelo Branco) • Abril (Aveiro) • Maio (Leiria) • Junho (Coimbra) 

Organização da Formação:

A Formação de Professores em Oncologia encontra-se organizada em dois níveis: 

Nível I – Pretende-se realizar cursos de formação inicial, dirigidos a professores, procurando dotá-los de conceitos introdutórios sobre oncologia e a abordagem do tema em contexto escolar, numa perspectiva de educação para a saúde. O nível I terá várias edições anuais de modo a proporcionar a integração de novos professores no projecto formativo. 

Nível II – Cursos de formação que tiveram o seu início em 2013, dirigidos aos professores que já frequentaram o nível I e nos quais se procurará aprofundar a temática da abordagem da oncologia em contexto escolar. Estes cursos terão igualmente várias edições anuais.

In: Portal de Oncologia Português por indicação de Livresco

Escola de cães-guia de Mortágua entregou primeiro animal há 15 anos

A Escola de cães-guia de Mortágua comemora no sábado os 15 anos de entrega do primeiro animal em Portugal, a Camila, que deu início a uma história feita de relações bem-sucedidas entre os cães e invisuais.
"A Camila foi entregue ao senhor Augusto Horta, de Vila Franca de Xira, que continua a ser nosso utente, com outra cadela, porque a Camila já cá não está", contou (...) o presidente da direção da escola, João Pedro Fonseca.
Até hoje, a escola já entregou 140 cães e a taxa de sucesso é elevada, acima dos 90%.
João Pedro Fonseca justificou esta taxa com o facto de haver uma seleção prévia muito criteriosa, com uma análise ao candidato e a tentativa de encontrar um cão que se lhe adeque.
"Nem todos os cães servem para todas as pessoas. Não vamos entregar um cão com um andamento muito rápido a uma pessoa com 60 anos", exemplificou.
Muitos cegos têm já a vida facilitada pelo companheiro de quatro patas, mas cerca de oitenta estão ainda à espera de concretizar esse sonho.
O responsável contou que há duas listas de espera, uma das quais de pessoas que já foram avaliadas, entrevistadas pelos técnicos de mobilidade e orientação e estiveram com os educadores dos cães, para saberem naquele momento quais estavam a ser educados. A outra lista é a de pessoas que ainda aguardam essa avaliação.
"Temos mais de 20 pessoas já avaliadas e outras que ainda aguardam", referiu, explicando que, desde que o cego se inscreve na escola até lhe ser entregue o cão passam, no mínimo, três anos.
A escola treinava onze ou doze cães por ano mas tem tentado acelerar o processo, de forma a conseguir fazer entregas mais rápidas.
"Hoje em dia produzimos 15 a 18 cães por ano, sendo que, para a nossa maior capacidade de produção, tem contribuído uma escola norte-americana que nos tem possibilitado a entrega de dois cães por ano", contou.
João Pedro Fonseca explicou que, normalmente, os cegos que usam cães têm entre 35 e 45 anos, vivem na cidade e são pessoas ativas.
"Mais de 90% estão em áreas urbanas, por causa do perfil do candidato", sublinhou.
Como a escola não tem capacidade de entrega imediata, estabeleceu critérios de prioridade, um dos quais o candidato ser cidadão ativo.
"Um cego é uma pessoa que não tem as mesmas oportunidades de acesso ao emprego, as poucas que tem estão em cidades. No mundo rural tem mais dificuldade de ter uma vida ativa", considerou.
Os animais treinados na Escola de cães-guia de Mortágua são sobretudo da raça Labrador. Nascem na escola - onde há um centro de reprodução e uma maternidade - e é feita a seleção da ninhada.
"De cada ninhada escolhemos só quatro ou cinco cães, para não termos muitos cães da mesma idade, porque só temos três educadores e um pré-educador", contou João Pedro Fonseca.
Aos dois meses, os cães vão para uma família de acolhimento (voluntários que vivem no eixo Coimbra - Viseu - Aveiro), onde ficam até aos 13/14 meses, para "aprenderem a viver dentro de uma casa, os cheiros, os barulhos, os ritmos e as proibições".
Quando têm 13/14 meses, começam a ir para a escola, fazendo um trabalho de educação específica de seis a dez meses, dependendo da época do ano e do cão, sendo que nunca é entregue ao cego antes dos 24 meses.
"Embora haja cães que antes estão perfeitamente preparados, há aqui uma questão de maturidade. Vamos entregar a segurança de uma pessoa a um animal. O cão tem de ter alguma maturidade para decidir", explicou o responsável.
Isto porque o animal, colocado perante uma situação inesperada, como um buraco no chão, pode ter de "assumir uma posição diferente da ordem que está a receber" e ter de desobedecer.
"Costumamos dizer na brincadeira que os nossos cães estão preparados quando têm capacidade de desobedecer", gracejou João Pedro Fonseca.
In: Sol por indicação de Livresco

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Esclarecimento formal relativamente ao apoio social escolar a crianças com necessidades educativas especais

Por solicitação de alguns pais representantes do Movimento para o Ensino Público Inclusivo, o Instituto de Nacional de Reabilitação emitiu um esclarecimento formal relativamente ao apoio social escolar a crianças com necessidades educativas especiais nas escolas.



119/GAT/2014

Ex.mos/as Senhores/as,

Com referência ao n/e-mail nº 5574/GAT/GID/2013, enviado em 28.10.2013, na sequência do qual foi solicitado pedido de esclarecimento sobre as medidas de acção social escolar no que se refere aos alunos com necessidades especiais, junto da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, informa-se que a mesma remeteu ao INR, I.P., o seguinte parecer:

“ O Decreto-Lei n.º 55/2009, de 2 de março, n.º 1 do Artigo 10º - Escalões de rendimento e apoio -, determina, em função (…) da situação dos alunos ou dos seus agregados familiares e em particular da respetiva condição sócio-económica, o acesso aos benefícios no âmbito da ação social escolar.

O n.º 1, do artigo 13º - Alunos com necessidades educativas especiais -, do Despacho n.º 18987/2009 de 17 de agosto, com as alterações introduzidas pelos despachos 1368-A/2010, 12284/2011, 11886-A/2012, e n.º 11861/2013, estipula o que a seguir se transcreve:

1- Os alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º 21/2008, de 12 de Maio, têm ainda, supletivamente em relação às ajudas técnicas a prestar por outras entidades de que beneficiem, direito às seguintes comparticipações da responsabilidade dos municípios ou do Ministério da Educação, no âmbito da Ação Social Escolar e nos termos do artigo 8.º (nosso sublinhado).
a) Alimentação — totalidade do custo;
b) Transportes — totalidade do custo para os alunos que residam a menos de 3 km do estabelecimento de ensino, bem como para os alunos que frequentam as escolas de referência ou as unidades de ensino estruturado e de apoio especializado a que se referem as alíneas a) e b) dos n.os 2 e 3 do artigo 4.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro;
c) Manuais e material escolar de acordo com as tabelas anexas para a generalidade dos alunos, no escalão mais favorável;
d) Tecnologias de apoio — comparticipação na aquisição das tecnologias de apoio a que se refere o artigo 22.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, até um montante igual ao atribuído para o material escolar do mesmo nível de ensino, no escalão mais elevado, conforme o anexo III do presente despacho. 

Esclarece o Artigo 8º do supramencionado despacho:
Artigo 8º - Normas para a atribuição dos auxílios económicos (…)
2- Têm direito a beneficiar dos apoios previstos neste despacho os alunos pertencentes aos agregados familiares integrados nos 1º e 2º escalões de rendimentos determinados para o efeitos de atribuição do abono de família nos termos dos artigos 9º e 14º do decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, e do anexo III do presente despacho.

Atente-se nas disposições referidas no despacho n. º 11886-A/2012, no Artigo 13.º - Disposições transitórias 
(…)
3 - No ano escolar de 2012 -2013 os alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente com programa educativo individual organizado nos termos do Decreto -Lei n.º 3/2008, na redação que lhe foi dada pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio, considerando o disposto no n.º 1 do artigo 32.º do Decreto -Lei n.º 55/2009, têm também direito, no âmbito da ação social escolar, à comparticipação da totalidade do custo de transportes para as escolas de referência ou para as unidades de ensino estruturado e de apoio especializado que frequentam, conforme o disposto nas alíneas a) e b) dos n.os 2 e 3 do artigo 4.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro.»

O estatuído no número 3 do Artigo 13.º sendo uma disposição transitória apenas produziu efeitos no ano letivo 2012/2013. Entendeu-se, de igual modo, que o despacho relativo a 2013/2014 deveria ter também a mesma disposição. Assim, o Despacho n.º 11861/2013 contempla, repondo o anteriormente previsto, as medidas relativas aos alunos NEE, nos termos que se seguem: 
(…)
2 – No ano escolar de 2013/2014 os alunos com necessidades educativas especiais de caráter permanente com programa educativo individual organizado nos termos do Decreto-lei n.3/2008 (nosso sublinhado), na redação que lhe foi dada pela Lei n. 21/2008, de 12 de Maio, considerando o disposto no n.º 1 do artigo 32º do Decreto-lei n.º 55/2009, têm também (nosso sublinhado) direito, no âmbito da ação social escolar à comparticipação da totalidade do custo de transportes para as escolas de referência ou para as unidades de ensino estruturado e de apoio especializado que frequentam, conforme o disposto nas alíneas a) e b) dos n.ºs 2 e 3 do artigo 4º do Decreto-Lei n.º 3/2008.

Face ao exposto, tendo em consideração o enquadramento legal em vigor, e para além das medidas técnicas que os alunos com NEE auferem, têm acesso, desde que integrados nos 1º e 2º escalões, às medidas aqui transcritas, que resumimos:
1. De acordo com o n.º 1 do artigo 13º do Despacho n.º 18987/2009 de 17 de agosto, com as alterações introduzidas pelo do Despacho n.º 11886-A/2012 de 6 de setembro e o Despacho n.º 11861/2013 de 12 de setembro apenas os alunos posicionados nos escalões 1 e 2 do abono de família, é que têm direito a alimentação, livros e material escolar abrangidos pela Ação Social Escolar, desde que frequentem as escolas públicas e escolas particulares ou cooperativas em regime de contrato de associação, bem como os alunos das escolas profissionais da área geográfica de Lisboa e Vale do Tejo. 

2. Se os alunos com Necessidades Educativas Especiais estiverem abrangidos pelo escalão 2 serão pagos pelo escalão mais favorável, ou seja escalão 1.

3. Os alunos (NEE) com escalão 3 ou superior não estão abrangidos pela ação social escolar, só poderão beneficiar dos transportes de acordo com os critérios/regras estabelecidos no Despacho n.º 18987/2009 de 17 de agosto e no Despacho n.º 11886-A/2012 de 6 de setembro.

Sobre a referência a alguma eventual dualidade de critérios por parte das escolas, refira-se que estas devem ter presente a legislação em vigor e proceder de acordo com o que aqui tem sido dito. No trabalho desenvolvido, pretende-se uniformizar leituras e provir no sentido de maior equidade.”

Nestes termos, continuamos ao dispor de V. Ex.ª para qualquer outro esclarecimento.

Com os melhores cumprimentos,

O Conselho Diretivo do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.

Via FB

Testes intermédios e alunos com necessidades educativas especiais

Tenho sido interpelado com algumas questões relacionadas com a realização dos testes intermédios pelos alunos com necessidades educativas especiais, uma vez que não existem orientações específicas para estes alunos, à semelhança dos exames nacionais.
O documento "Projeto Testes Intermédios 2013/2014 - INFORMAÇÃO AOS ALUNOS, PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO" refere, entre outros aspetos, que compete à escola assegurar que a realização do teste intermédio obedece às mesmas normas que presidem à realização de qualquer prova de avaliação interna e que todas as  situações serão enquadradas nesse âmbito.
Depreende-se, então, que os alunos com necessidades educativas especiais podem beneficiar das condições de realização previstas nos respetivos programas educativos individuais, à semelhança da realização de uma prova interna a qualquer disciplina.
No caso dos exames de inglês do 9.º ano de escolaridade, foi solicitada informação sobre algumas tipologias das necessidades educativas especiais, nomeadamente as sensoriais e dislexia, para que as provas venham adaptadas.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Educação, ciência e economia: um ministro pouco sábio

(...) A escola tem de formar para a vida, transmitindo conhecimentos, moldando atitudes e inculcando valores. E a vida está muito longe de se restringir à gestão de empresas. Pires de Lima, no seu mundo Superbock, acha que a escola tem de formar muitos meninos e meninas para alimentar os quadros empresariais. Olha para uma criança do 1.º ciclo e vê nela um gestor em potência. Não lhe interessa se ela vai dominar o Português, a Matemática ou a Física, para as quais as atuais horas letivas parecem não chegar: tem é de dominar o Empreendedorismo. Não sabemos que disciplina irá ele extinguir para acrescentar a nova. E falta-nos saber que parte do orçamento do seu ministério irá servir para pagar aos professores de Empreendedorismo, quiçá empresários falidos que ambicionam um emprego escolar. Ou saber se vai apelar aos empresários bem-sucedidos para investirem na contratação de docentes para as nossas escolas.

Não contente com esse disparate, o ministro acrescentou outro há dias. Afirmou que não se pode “alimentar um modelo que permita à investigação e à ciência viverem no conforto de estar longe das empresas e da vida real”. E acrescentou: “Uma boa parte da investigação é financiada por dinheiros públicos e não chega à economia real. Não chega a transformar o conhecimento em resultados concretos que depois beneficiem a sociedade como um todo.” Ficámos a saber que não é só a Educação que tem de se orientar para as empresas, também a Ciência tem de o fazer. Percebemos agora a razão dos cortes na ciência, com a redução drástica do número de bolsas: os investigadores não estão virados para o mundo das empresas. Estão a estudar linguística, topologia ou ótica quântica, em vez de se virarem para o fomento da indústria cervejeira. O ministro Pires de Lima vê um doutorando e acha um desperdício ele não estar a desenvolver estudos na área do engarrafamento. Ficamos expectantes quanto às verbas que o Ministério da Economia vai proporcionar à ciência aplicada ou os benefícios fiscais que vai conceder aos empresários que contratem cientistas utilitários.

O ministro da Economia pouco sabe de Educação e de Ciência. E, absorto como tem andado nos seus negócios (tanto das empresas como da política, os dois entre nós muito bem misturados), também sabe pouco da vida real. Se soubesse, saberia, por exemplo, o que recordou há semanas no Porto, numa Conferência sobre Ciência e Economia, o físico espanhol Pedro Echenique. Em 1995, quando se discutia nos Estados Unidos uma diminuição do financiamento público à investigação científica, os CEO de 15 das principais empresas de base científico-tecnológica, como a IBM e a General Electric, subscreveram uma carta aberta pedindo o reforço da ciência fundamental. Queriam que o Congresso continuasse o apoio "a um vibrante programa de investigação universitária com visão de futuro".

Acontece que o futuro costuma chegar pela mão de cientistas inovadores, em geral muito longe da “economia real”. Não faltam exemplos. O laser foi inventado há mais de 50 anos, numa equipa de ciência fundamental (ora cá está: a ótica quântica!) que trabalhava nos Bell Labs. Na altura foi chamado uma invenção à procura de aplicações. Hoje é o que se sabe: está por todo o lado, nos cabos óticos, nos CD, nas cirurgias, no corte de materiais, nas luzes das discotecas e até nas caixas de supermercados, por onde passam os códigos de barras das cervejas. Com a orientação de Pires de Lima jamais teria havido lasers.

Existe, de facto, em Portugal um problema de ligação das empresas com a investigação. Mas ele não se resolve com a diminuição da investigação fundamental. Não se resolve com menos ciência, mas sim com mais ciência. Precisamos, em particular, que os gestores percebam o valor da ciência, tal como os seus congéneres norte-americanos, e invistam nela, apoiando os programas públicos de ensino avançado e pesquisa, e contratando, com o seu próprio dinheiro, doutores e pós-doutores. Não precisamos de economias na ciência, mas sim de pessoas na economia que apostem na ciência.

Tudo isto é sabido pelo ministro Nuno Crato. Ele não poderá explicar ao seu colega?

Carlos Fiolhais
Professor universitário, tcarlos@uc.pt
In: Público por indicação de Livresco