sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O Papel da Educação Especial nas Creches

A Educação Especial visa o atendimento e a promoção do desenvolvimento de indivíduos que não se beneficiam significantemente de situações tradicionais de educação, por limitações ou peculiaridades de diferentes naturezas. A prevenção da ocorrência de condições físicas e sociais que produzem a excepcional idade na primeira infância constitui-se em ação prioritária da Educação Especial e ciências afins e a ação preventiva assenta-se no conceito probabilístico de risco. A prevenção do atraso ou de distúrbios no desenvolvimento depende, portanto, da identificação precoce dos chamados indivíduos de risco. É importante considerar que a ação preventiva pode se dar em três níveis; prevenção primária, secundária e terciária. Neste contexto evidencia-se a importância do adulto (educador e familiares) na pré escola e no ensino fundamental como o responsável pela escolha dos materiais escolares e arranjos no ambiente de sala e atividades pedagógicas (estruturadas ou livres) que serão desenvolvidas em sala de aula. Dai a importância do adulto na pré escola como o responsável pela escolha dos materiais escolares e atividades desenvolvidas em sala de aula.
Resumo do trabalho de Ana Paula Martinez

Inclusão: Estudo com 15 mil inquéritos - 820 mil deficientes, pobres e excluídos


As pessoas com deficiências e incapacidades são 8,2 por cento da população portuguesa, têm rendimentos baixos, baixa escolaridade e, sem o perceberem, enfrentam discriminação.

Os dados foram revelados ontem na Conferência ‘Mais Qualidade de Vida para as Pessoas com Deficiências e Incapacidades – Uma Estratégia para Portugal’ realizada no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa. O trabalho, feito pelo Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG) em colaboração com o ISCTE, revela que 67,9 por cento dos deficientes são mulheres, em média com 58 anos, que 78,3 por cento são analfabetos ou só têm o 1.º Ciclo e que 49,3 por cento vivem em agregados com rendimento mensal até 600 euros. O estudo mostra ainda que 32 por cento dos deficientes usufruíram de apoios e serviços do sistema de reabilitação e que 92 por cento não se sentem discriminados.

Jerónimo Sousa, director do CRPG, disse ser “fundamental saber qual o universo de deficientes, mas também que tipo de necessidades têm.” Humberto Santos, presidente da Associação Portuguesa de Deficientes, afirmou que os resultados “dão conteúdo” às suas denúncias e espera que sirvam de “ferramenta de trabalho para implementar políticas de reabilitação” adequadas.

Paulo Pedroso, presidente da Fundação ISCTE, apresenta hoje uma proposta com 72 medidas a aplicar até 2025. A criação de centros de recursos a nível local que permitam aos deficientes o acompanhamento personalizado por um “mediador” ou o aumento de responsabilização das empresas nos processos de reabilitação de funcionários vítimas de acidentes de trabalho são algumas das propostas.

DEFICIENTES EM PORTUGAL

15 005 indivíduos é a dimensão da amostra do estudo do Centro de Reabilitação Profissional de Gaia e do ISCTE.

8,2 por cento da população residente em Portugal Continental, dos 18 aos 70 anos, tem deficiência e incapacidade.

58 anos é a média de idade das pessoas com deficiência e incapacidade.

59,7 por cento das pessoas com deficiências e incapacidades têm problemas nas funções físicas.

49,3 por cento dessas pessoas vivem em agregados com rendimento mensal até 600 euros.

32 por cento usufruem ou usufruíram de apoios e serviços do sistema de reabilitação.

in www.correiomanha.pt 14/12/2007

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Psicólogo em contexto escolar

Os onze anos de prática profissional na escola dão-me legitimidade para afirmar que os SPO contribuem para um melhor funcionamento das escolas e que, por isso, deveria existir pelo menos um por agrupamento.
"Sou professora e tive um caso de uma aluna que se maltratava (cortava os pulsos), devido a um ambiente familiar desestruturado. Mas este é apenas um dos muitos casos a que assistimos diariamente. Pergunto: com tantas situações destas a registarem-se nas nossas escolas, como podemos intervir? A ajuda psicológica é fundamental. As escolas deveriam ter todas um psicólogo a tempo inteiro. Porque não resolveu ainda o Ministério da Educação esta questão?"
Maria Helena Sousa
Compreendo na perfeição o desabafo desta leitora. O facto de desenvolver a minha prática profissional em contexto escolar coloca-me em plena sintonia com tudo aquilo que aqui é mencionado. No artigo "Diário de uma psicóloga escolar", da Dra. Armanda Zenhas (especialista em Educação neste site), é feito um retrato muito real da multiplicidade de actividades e solicitações de que é alvo um psicólogo em contexto escolar. Sem exagero, o técnico de psicologia que desenvolve a sua actividade na escola não tem momentos de pausa, uma vez que, mesmo quando se desloca ao bufete, é assaltado por múltiplas questões. Note-se que ele próprio aproveita este ponto de encontro com os professores, para tentar solucionar muitas das questões que vão surgindo no dia-a-dia. Não há, na afirmação anterior, nenhuma tentativa de vitimização, somente uma referência ao que realmente acontece e que, de alguma forma, mostra a necessidade da existência de psicólogos escolares. Os onze anos de prática profissional na escola dão-me legitimidade para afirmar que os SPO (Serviços de Psicologia e Orientação) contribuem para um melhor funcionamento das escolas e que, por isso, deveria existir pelo menos um por agrupamento.
No ano lectivo anterior fui confrontada com duas situações semelhantes à que é descrita por esta leitora. Curiosamente, foram-me encaminhadas por uma professora com quem a maioria dos alunos mantém uma relação excelente. Apesar de frequentemente esta docente tentar apoiar os alunos na resolução dos seus problemas, considerou que a gravidade da situação exigia a intervenção da psicóloga escolar. Imediatamente estas alunas foram atendidas, assim como os respectivos encarregados de educação. Os restantes professores do conselho de turma foram sensibilizados para esta situação e ficaram especialmente atentos aos seus comportamentos e atitudes. Uma das situações, pelo facto de apresentar indicadores claros de risco de suicídio, foi encaminhada para um técnico de pedopsiquiatria. Resta acrescentar que estas alunas passaram a ser atendidas com regularidade no SPO, tendo manifestado claro interesse em contactar-me no sentido de expressar e tentar solucionar os seus problemas.
A questão que se coloca é que em muitas escolas não existem técnicos para agir prontamente nestas situações. Neste caso, se o professor constata que existe risco de suicídio, deve agir com ponderação, sem evitar, no entanto, falar sobre o assunto. A situação deve ser comunicada urgentemente ao director de turma, no sentido de este contactar a família para que ela procure a ajuda de técnicos de saúde. Os docentes e auxiliares educativos podem ter um papel muito importante na prevenção primária, no encaminhamento destes jovens para os serviços competentes e na sua integração escolar após uma crise suicidária.
Termino com a última questão colocada pela leitora: porque é que o Ministério da Educação ainda não resolveu esta questão? Na minha opinião, por dois motivos. O primeiro é claramente economicista. O segundo deduzo-o das palavras proferidas por um elemento deste Governo, numa entrevista realizada há algum tempo atrás na RTP. Quando foi confrontado com a necessidade de outros técnicos na escola, nomeadamente psicólogos, respondeu que nas escolas existem professores muito experientes, o que leva a depreender que, segundo ele, os professores podem perfeitamente exercer a função de psicólogo...
Adriana Campos 2007-12-12

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Deficientes: Telefones públicos de Évora vão ser adaptados


Os telefones públicos de Évora vão ser adaptados para ficarem acessíveis ao uso por pessoas com deficiências, num projecto do município em parceria com a Portugal Telecom, anunciou hoje a autarquia.
A campanha «Évora com... Telefones Públicos para Todos» já arrancou com a modificação de alguns postos de telefone públicos situados no centro histórico da cidade, devendo ser alargada no próximo ano a todas as freguesias do concelho.
De acordo com a autarquia, os telefones públicos vão passar a ficar acessíveis a pessoas com deficiências, que se desloquem em cadeiras de rodas, ou que tenham uma estatura que não lhes permite aceder às normais estruturas de telefones públicos.
O município considera que o projecto representa «mais um passo na consolidação de Évora como uma cidade inclusiva, em que todos os cidadãos possam gozar das mesmas oportunidades».

Diário Digital / Lusa 12-12-2007

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Resolução do Conselho de Ministros sobre acessibilidade Web


Em 2 de Outubro de 2007, o Governo, através da Resolução 155/2007, estabelece os requisitos mínimos de acessibilidade que devem respeitar os sítios da Internet do Governo e dos serviços e organismos públicos da Administração Central.
Os sítios de conteúdo meramente informativo deverão cumprir o nível de conformidade «A» dentro de 3 meses e os sítios que impliquem a prestação de serviços transaccionais aos cidadãos (entrega de declarações de rendimentos e outras obrigações tributárias, envio de formulários, pedido de certidões, constituição de empresas, realização de registos, etc.) deverão assegurar o 2º nível de conformidade mais elevado «AA» no prazo de 6 meses.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CENTROS DE RECURSOS PARA A INCLUSÃO

De acordo com as orientações do Ministério da Educação, a rede escolar pública dispõe de meios humanos e materiais para prover à inclusão de alunos com Necessidades Educativas Especiais. Continuamos sem poder confirmar esta situação. Só para ilustrar, em Julho de 2007, foi enviado um relatório para a DREC a solicitar a colocação de três docentes de Educação Especial, devido ao número elevado de alunos e à sua distribuição geográfica pelas divrsas escolas e jardins do concelho. Após várias solicitações, foi-nos solicitado um novo relatório, enviado em Novembro. Até à data, ninguém se ditigiu à escola para averiguar das reais necessidades de recursos humanos, nem se foi colocado nenhum docente. Onde estão os recursos humanos?!
No entanto, segundo ainda as indicações do Minsitério da Educação, a par da rede pública existe ainda uma rede de instituições privadas de educação especial, que tenderá a ser reorientada para Centros de Recursos de apoio à inclusão. Os próximos passos para o processo de reconversão das instituições de educação especial e dos centros de reabilitação, que deverá ocorrer até 2013, constam de um novo documento que integra os contributos da FENACERCI, HUMANITAS e UNICRISANO.
A título de informação, deixo anexado o documento "CENTROS DE RECURSOS PARA A INCLUSÃO - REORIENTAÇÃO DAS ESCOLAS ESPECIAIS".
Qual será o futuro da inclusão?! Estatístico?! Decretado?! Ou, de facto, apoiado com a criação de condições humanas e materiais para se poder responder a cada criança emquanto ser individual?! A ver vamos...

Paulo Portas denuncia "dogma da escola inclusiva"

O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, contestou hoje o "dogma da escola inclusiva", considerando-o "um erro intelectual de primeira grandeza", e propôs um novo modelo para a educação que promova o esforço e a autoridade.
Na interpelação ao Governo sobre o sector da educação, o líder dos democratas-cristãos acusou a ministra da Educação de "relaxar todos os critérios de esforço e autoridade presentes na escola", de dar instruções para que não haja reprovações, de ter "horror à avaliação" e de "relaxar os critérios de assiduidade".
"O seu dogma é o dogma da escola inclusiva, é um erro intelectual de primeira grandeza", afirmou Paulo Portas, dirigindo-se a Maria de Lurdes Rodrigues, presente esta tarde no Parlamento.
Para o líder do CDS, “a escola é uma oportunidade garantida e financiada por toda a comunidade nacional”. “Há uns que a aproveitam, a maioria, e outros que não”, “há uns que se esforçam o que podem e às vezes o que não podem e uns que podendo não se esforçam”, sublinhou.
O presidente do CDS-PP defendeu ainda que a escola pública não deve ser apenas o ensino do Estado e que se deve "alargar a liberdade de escolha" para que "quem é pobre possa ter acesso à escola que entende".
“O seu caminho fracassou, nós propomo-nos iniciar outro”, afirmou, ao anunciar que o CDS-PP vai apresentar este mês um projecto de lei de autonomia, qualidade e liberdade escolar, um diploma sobre o sistema de avaliação das escolas, outro que cria uma estrutura independente para a concepção de exames nacionais e um quarto propondo a realização de exames nos 4º e 6º anos do ensino básico.
Público, 06.12.2007

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Queijaria artesanal - Castelo Melhor


No dia 4 de Dezembro, os alunos com Currículo Alternativo foram visitar uma queijaria artesanal.
Logo de manhã, partimos num transporte cedido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva até perto de Foz Coa, à aldeia de Castelo Melhor. A viagem decorreu sem grandes percalços, apesar da distância ser longa.
À nossa espera encontrava-se a D. Filomena, muita bem disposta e prestável. Começou por explicar e demonstrar todo o processo de fabricação artesanal do queijo de ovelha, desde a sua recolha até ao produto final (cerca de um mês).
Todos estes procedimentos, desde a entrada na queijaria, requerem muitos cuidados de higiene: colocação de protecção no calçado; uso de bata e touca no cabelo; uso de máscara; retirar os aneis ou adornos que possam contactar com o produto; ambiente sempre limpo.
Após o fabrico do queijo, deslocámo-nos à ordenha macânica onde se procede à recolha do leite. A D. Filomena explicou-nos todos os procedimentos a ter no processo de recolha de leite.
No regresso de viagem, e porque o Sol despontou, parámos em Trancoso e visitámos as muralhas do castelo.
Pensámos ter contribuído para que os alunos ficassem com uma visão de uma actividade profissional exigente que requer muito trabalho, dedicação e rotina diária. Estaremos perante futuros produtores de queijo?!